Diante da possibilidade de os suínos serem contaminados pela gripe A dos humanos, decidiu-se no sábado, dia 15, que, este ano, os animais vão ficar de fora da mais tradicional feira agropecuária da América Latina, a Expointer. Mesmo com os boxes vazios durante a feira, os criadores estarão no pavilhão da espécie reeditando uma campanha de incentivo ao consumo de carne suína.

A cautela adotada em não levar os suínos ao parque se justifica pelo retrospecto. Especialistas relatam que já ocorreram episódios de contágio de humanos a suínos no Canadá e na Argentina. Ao todo, 191 animais estavam inscritos para participar da feira, que ocorre de 29 de agosto a 6 de setembro. Há pouco mais de duas semanas, uma decisão já havia afastado matrizes e leitões da feira.

Um fato relevante com a decisão do setor foi divulgado às 17h do dia 15, depois de três horas de uma acalorada reunião, coordenada pelo diretor técnico da Superintendência do Ministério da Agricultura, José Severo, com indústria, criadores e a Secretaria Estadual de Agricultura.

— A decisão foi técnica, uma preocupação sanitária para não colocar o rebanho em risco — afirma Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do RS (Acsurs).

Criador há mais de 50 anos, Ilanio Pedro Johner, da Granja Balduíno, de Cruzeiro do Sul, está entre os quatro produtores que defendiam a presença dos suínos na Expointer. Sem detalhar valores, o criador conta que o prejuízo é grande e remonta a 12 meses de investimentos na preparação dos animais. Produtor independente, Johner utiliza a feira para fazer contatos comerciais.

— Se os suínos não vão à feira, muitos compradores também não vão, o que significa prejuízo para produtores como eu — justifica Johner.