A Embrapa Agroenergia estuda um método inovador que pretende triplicar a produção de etanol. Atualmente, a produtividade brasileira chega a quase 7,5 mil litros por hectares. O estudo que pretende extrair mais etanol da cana-de-açúcar começou em 2008 e vem sendo aprimorado com base na tese desta pesquisadora do Departamento de Ciências Genômicas, da Universidade Católica de Brasília, Thereza Martins.

O etanol produzido hoje no Brasil é feito a partir do caldo extraído da planta, que é formada ainda pelo bagaço e pelas folhas. A intenção é aproveitar melhor a parte que não é utilizada para gerar bioenergia. A pesquisadora explica como funciona o novo método para produzir o biocombustível.

– O nosso objetivo é o afrouxamento da parede celular no período de desenvolvimento, onde ela se torna mais velha, as folhas ficam mais amareladas, o objetivo é afrouxar a parede celular nesse estágio de desenvolvimento para produção de bioetanol, para ter maior produção de materiais que não são utilizados hoje. O trabalho, que é feito em parceria com a Universidade de São Paulo, pretende mapear a composição e a estrutura da parede celular da planta, para, dessa forma, manipular a muda e aumentar a produção do etanol.

– A ideia é produzir tanto do bagaço quanto da palhada e da ponteira. Desse material, a ideia é produzir etanol de celulose – explica o pesquisador da Embrapa, Hugo Molinari.

Todas as etapas desse experimento vão ser apresentadas na Austrália na próxima semana. O objetivo é formar parcerias e promover um intercâmbio de variedades de cana, para aperfeiçoar o trabalho que vem sendo feito no cerrado.

De acordo com a Embrapa, a ideia é consolidar esse trabalho em no máximo quatro anos. O Brasil é o maior produtor mundial de cana, com uma área plantada de aproximadamente 9,5 milhões de hectares.