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 | 04/08/2009 13h47min

Desmatamento na Amazônia cresce 370% em junho, aponta Inpe

Levantamento mostra que área devastada é de 578 quilômetros quadrados

Atualizada às 20h27min

Relatório do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgado nesta terça, dia 4, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que em junho o desmatamento na Amazônia atingiu 578 quilômetros quadrados, área equivalente à metade do município do Rio de Janeiro.

Em relação aos dados de maio, quando os satélites haviam registrado 123 quilômetros quadrados de desmate, houve aumento de 370%. No entanto, de acordo com o Inpe, essa comparação não é precisa, porque a cobertura de nuvens é diferente em cada mês, o que impede que os satélites visualizem sempre as mesmas áreas para compará-las.

Junho marca o início do período seco na Amazônia, o que aumenta o risco de queimadas e novos desmatamentos. Em relação ao resultado de junho de 2008, quando o Inpe registrou 870 quilômetros quadrados de área devastada, houve queda de 33%.

De acordo com o Inpe, a cobertura de nuvens na região pode ter prejudicado a visualização de mais desmatamentos. Por causa das condições de visibilidade, os satélites deixaram de verificar 43% da Amazônia Legal em junho.

– Estados como o Amapá, o Amazonas e Roraima não puderam ser monitorados adequadamente, pois apresentaram um alto índice de cobertura de nuvens no período, de 96%, 70% e 94%, respectivamente – diz o relatório.

O Pará, que pela primeira vez no ano teve mais da metade de sua área livre de nuvens, registrou a maior devastação em junho: 330 quilômetros quadrados de florestas a menos no período (57% do total de junho). Mato Grosso aparece em seguida, com 181 quilômetros quadrados de novas áreas desmatadas, seguido por Rondônia, com 41 quilômetros quadrados de desmate.

O desmatamento medido pelos satélites no Amazonas foi de 16 quilômetros quadrados; no Maranhão, de 5 quilômetros quadrados; e no Tocantins, de três quilômetros quadrados. Os Estados do Amapá e do Acre registraram um quilômetro quadrado de desmate. Não há dados sobre Roraima.

A medição do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva. O sistema serve de alerta para as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais.

De agosto de 2008 até junho de 2009, o Deter registrou 3.538 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. No período anterior (agosto de 2007 a junho de 2008), a área devastada foi de 7.822 quilômetros quadrados.

A redução verificada pelo Deter pode sinalizar queda na taxa anual de desmatamento, medida pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes). O número atual (2007/2008) é de 11,9 mil quilômetros quadrados.

AGÊNCIA BRASIL
 
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