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 | 03/08/2009 19h14min

Pesquisas internacionais questionam benefícios nutricionais dos alimentos orgânicos

De acordo com levantamentos divulgados pela imprensa, não há garantias de que esses produtos sejam mais nutritivos

Atualizada às 20h11min Viviane Cardoso | Brasília (DF)

Eles ainda são minoria nas prateleiras. Alimentos orgânicos são visivelmente parecidos com os convencionais, mas atraem consumidores mais exigentes.

— A gente sabe que é mais saudável, não tem veneno, o cuidado é maior, então a gente procurar comer porque é mais saudável — diz a comerciante Patrícia Linhares.

— Se o preço fosse melhor eu acredito que eu e a maioria das pessoas optaria pelo produto orgânico — completa a servidora pública Adriana Rossi.

O preço mais alto estaria nos supostos benefícios à saúde. Mas será que vale a pena pagar mais caro por um alimento orgânico? O teor nutricional desses produtos vem sendo questionado no mundo científico.

Aqui no Brasil, a Embrapa Hortaliças desenvolve pesquisas nessa área. Responsável pelo trabalho, a pesquisadora Neide Botrel, diz que os estudos sobre orgânicos ainda são poucos para tirar conclusões sobre as vantagens nutricionais. Mas algumas diferenças já são notadas.

— Existem alguns indicativos de que o produto orgânico apresenta, em alguns casos dependendo do produto. Como já trabalhamos até com tomate, a gente encontrou maior teor de vitamina C, maior teor de matéria seca, que confere uma maior firmeza ao produto, mas são também pesquisas que estão necessitando de mais esforços e para nós tirarmos resultados conclusivos — disse a pesquisadora da Embrapa, Neide Botrel.

Para o Ministério da Agricultura, a diferença de um produto para outro está na forma de cultivo. A produção orgânica requer a adaptadação da propriedade à produção ecológica. No lugar de fertilizantes e adubos sintéticos, são usadas plantas repelentes a pragas e matéria orgânica para nutrir o solo. Além desses cuidados, a mão de obra também é qualificada. Os agricultores só trabalham com carteira assinada e os filhos precisam estar na escola. Por esses motivos os produtos chegam mais caro à mesa do consumidor.

— São muitos os fatores que fazem com que o preço fique mais caro e isso, por um lado, acaba inibindo o consumidor porque o consumidor não consegue fazer uma associação de valor do produto com qualidade — disse o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias.

A produção orgânica é fiscalizada por empresas certificadoras, a maioria das que atuam no país é estrangeira. O Ministério da Agricultura iniciou um cadastramento de todas essas empresas. O trabalho vai até dezembro.

A partir do ano que vem, as que não se ajustarem às normas não vão poder atuar no país. A nova legislação do setor prevê suspensão da autorização para funcionar e multas, de até R$ 1 milhão, para quem cometer irregularidades.

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