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 | 10/04/2003 09h40min

EUA voltam os canhões para a cidade natal de Saddam

Bagdá amanhece sob ataques aéreos às margens do Rio Tigre

Depois de tomar o controle de Bagdá, as forças norte-americanas voltaram seus canhões para Tikrit, cidade natal de Saddam e base tribal do presidente iraquiano, a 240 quilômetros ao norte da capital. A cidade, provável próximo alvo do avanço das forças terrestres dos Estados Unidos, foi atacada por aviões nesta quinta, dia 11. Especulações divulgadas nessa quarta, dia 9, indicam que o ditador iraquiano pode ter se refugiado em Tikrit junto com seus mais fiéis combatentes.

Na cidade, Saddam dispõe de um bunker, refúgios e bases aéreas privadas. Com 250 mil habitantes, Tikrit abriga a maior coleção de imagens, retratos e estátuas em homenagem a Saddam. No local, foi erguido um dos oito palácios presidenciais do ditador, conhecido por ser um dos maiores e mais luxuosos.

Também no norte do Iraque, em Kirkuk, importante centro petrolífero do país, bombardeiros B-52 dos EUA foram auxiliados por terra pelos soldados da União Patriótica do Curdistão (PUK). Nesta quinta, pouco antes de deixar a zona de conflitos, o comandante da PUK, Mam Rostam, afirmou que a cidade está "sob controle".

A presença armada curda em Kirkuk passou a ser vista pela vizinha Turquia como "inaceitável". O governo turco teme que o controle do centro petrolífero possa a ser usado para a obtenção da base financeira para um Estado independente. EUA e Curdistão descartam tal possibilidade. Ainda assim, uma grande força armada turca está estacionada perto da fronteira com o norte do Iraque.

Na capital iraquiana, após uma madrugada de tranqüilidade, aviões de guerra dos aliados atacaram alvos na margem oeste do Rio Tigre, onde combatentes árabes, não-iraquianos, parecem ter sob controle vários distritos. Várias explosões foram ouvidas.

Em outra frente, fuzileiros navais norte-americanos fizeram uma varredura num bairro ao nordeste de Bagdá nas primeiras horas desta quinta, atacando tropas ainda leais ao presidente Saddam Hussein, com artilharia pesada, morteiros e metralhadoras.

Apesar do grande avanço dos EUA no Iraque, ainda não existem informações confiáveis sobre o paradeiro de Saddam e de seus filhos Uday e Qusay, alvejados por bombas dos EUA em uma área residencial da zona oeste de Bagdá na última segunda. Autoridades norte-americanas dizem não saber se o líder sobreviveu à investida.

O jornal The Washington Post garante que monitores de Inteligência dos EUA descobriram que a maior parte da liderança desapareceu. Washington calcula que os "caciques" do regime iraquiano tenham fugido para Tikrit ou para a Síria.

O centro militar norte-americano preferiu não dar por encerrado o conflito. Depois de acompanhar a derrubada da estátua de Saddam na Praça Ferdaus, o presidente George W. Bush se limitou a exclamar:

– Eles derrubaram.

Em 22 dias de operações bélicas no Iraque, 101 norte-americanos e 30 britânicos foram mortos. Há pelo menos 399 soldados dos EUA feridos, 11 desaparecidos e sete prisioneiros, de acordo com o último balanço oferecido pelo Pentágono. Do outro lado, o governo iraquiano afirma que pelo menos 1.250 civis foram vítimas das bombas da coalizão.

Apesar do elevado número de baixas, a população de Bagdá não escondeu a satisfação de ver tombar diante dos olhos o símbolo do regime de Saddam. No centro da Capital, um grupo de pessoas que acompanhou a retirada da imagem do ditador da Praça Ferdaus, cantou:

– Chega de Saddam Hussein. Nós amamos vocês, nós amamos vocês – gritaram em favor dos soldados de Bush.

Com informações da agência Reuters.

 
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