| 11/07/2009 12h10min
A campanha de vacinação contra febre aftosa realizada ao longo de maio atingiu a cobertura de 96,59% do rebanho de bovinos e bubalinos do Paraná. Da população existente de 4,4 milhões de cabeças na faixa etária de até 24 meses, foram vacinadas 4,25 milhões de cabeças. O índice ficou um pouco abaixo do resultado alcançado na última campanha de vacinação, que foi 98,23% em novembro do ano passado. Ainda assim, foi considerado um bom índice de cobertura.
Essa queda não surpreendeu a equipe técnica da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) porque foi a primeira vez que se alterou a estratégia, com a adoção de uma campanha parcial, disse o médico veterinário Walter Ribeirete, da Divisão de Sanidade Animal, responsável pela área de febre aftosa na Seab. A campanha também enfrentou dificuldades como a falta de vacinas em alguns municípios no final da campanha, o que obrigou a prorrogação em algumas localidades do Estado.
Com a campanha parcial, muitos criadores com animais acima de 24 meses nem compareceram às Unidades Veterinárias para justificar a não-vacinação porque esses animais estavam desobrigados de receberem a vacina. Segundo Ribeirete, os produtores com animais adultos foram desobrigados da vacinação, mas não do cadastro.
Sem o comparecimento dos produtores nas Unidades Veterinárias, para fazer o cadastro, fica impossível saber se possuem animais com idade inferior a 24 meses, ou apenas os adultos, não-vacináveis.
– Isso exige que os técnicos tenham que visitar as propriedades não-cadastradas, trabalho que continua a ser feito pelas Unidades Veterinárias. É importante que essas deficiências sejam evidenciadas para corrigirmos em campanhas posteriores, principalmente nas etapas de maio, quando será feita novamente a vacinação parcial do rebanho – explicou Ribeirete.
A partir de agora, e principalmente na próxima etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa, em novembro de 2009, a Seab irá reforçar as orientações aos produtores para que se habituem a fazer o cadastro, mesmo não possuindo animais a serem vacinados.
O cadastro de propriedades e de seus animais é de extrema importância para a sanidade animal porque permite a localização e dimensão do rebanho, sendo fundamental para o controle do trânsito de animais e para a vigilância sanitária animal. Sem o cadastro dos rebanhos fica impossível, inclusive avaliar uma campanha de vacinação, disse o técnico.
Outra dificuldade encontrada na campanha realizada em maio, que influenciou no resultado final, foi a falta de vacina verificada em vários municípios do Estado. Em muitos municípios faltou vacina nos últimos dias de campanha, principalmente as embalagens com frascos pequenos de 10 doses, o que prejudicou a vacinação nas pequenas propriedades. Segundo a Seab, alguns revendedores fizeram pedidos de vacinas aquém da demanda.
– Ao tentar suprir o estoque se defrontaram com a falta do produto, ficando difícil atender o produtor que deixou para vacinar no final da campanha – explicou o técnico.
Mesmo com essas dificuldades e considerando ser a primeira campanha com alteração da estratégia de vacinação, foi obtido um índice excelente de vacinação, avaliou Ribeirete. Em 11 regionais da Seab no Interior, foram obtidos índices acima de 97%. Regiões que se destacam na criação de bovinos como Umuarama e Paranavaí atingiram índices de cobertura de vacinação superiores a 99%. Os índices inferiores foram registrados nas regiões central e sul do Estado.
Conforme o cadastro, são 189.971 propriedades existentes com bovinos de zero a 24 meses e 178.358 propriedades com registro de vacinação. Desse total, em 93,89% das propriedades tiveram animais vacinados.
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