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 | 09/07/2009 21h33min

Cristovam Buarque diz que nova denúncia reforça necessidade de afastamento de Sarney

Senador diz que está "faltando credibilidade na direção do Senado"

— Está faltando credibilidade na direção do Senado.

Assim, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) resumiu nesta quinta-feira a situação porque passa o Senado, alvo de denúncias diárias, muitas delas contra seu próprio presidente, senador José Sarney (PMDB-AP).

Para Buarque, a denúncia publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, contribui para desacreditar ainda mais o presidente do Senado, obrigando que os parlamentares que pedem que ele se afaste temporariamente do cargo façam isso de forma mais "enfática".

Segundo o jornal, recursos públicos destinados pela Petrobras à Fundação José Sarney, por meio da Lei Rouanet, teriam sido desviados para firmas fantasmas e empresas da família do senador.

A fundação é uma entidade privada criada para preservar a memória do senador maranhense, reunindo e expondo ao público, em São Luís (MA), material do período em que ele ocupou a Presidência da República e reproduções de sua obra literária.

— Como pode um assunto como esse ser apurado sob a presidência do senador Sarney? É importante que, durante as investigações, o presidente seja outro — comentou Buarque, voltando a explicitar a sugestão de que Sarney se afaste temporariamente do cargo.

— Quando você tem que dizer uma, duas, quatro vezes que não sabia de algo, acaba ficando desacreditado. Não saber o que acontece a nosso redor reduz a nossa culpa, mas não a nossa responsabilidade. E, nesses casos, temos que tomar posições muito firmes como pedir desculpas por não saber e punir quem fez algo. E não estamos vendo o presidente Sarney assumir essa posição — comentou Buarque.

Para ele, a iniciativa do presidente do Senado de determinar que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras seja instalada na próxima terça-feira, independente do número de membros presentes à sessão, foi uma "decisão inteligente e correta", já que, caso não o fizesse, se enfraqueceria ainda mais, dando mais argumentos para a oposição cobrar seu afastamento. Apesar de elogiar a iniciativa, o pedetista não descarta a hipótese de que a CPI não gere resultados.

— É lícito temer que a CPI acabe não dando em nada. Não só porque temos vários exemplos de CPIs, que terminaram em pizza, mas também porque essa está sendo tão contestada pelo governo, que conta com uma maioria tão forte, que, de repente, consegue fazer um relatório final que não reflita a verdade — comentou Buarque, ponderando que, para garantir a credibilidade dos trabalhos de apuração das denúncias, a presidência e a relatoria da comissão sejam repartidas entre governo e oposição.

— Só assim merecerá a confiança da opinião pública — completou.

AGÊNCIA BRASIL
 
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