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 | 04/07/2009 10h10min

Banco do Brasil lança seguro de preço para agricultura empresarial

Novo produto é mecanismo de garantia e sustentação de preços agropecuários

Atrelar o crédito a mecanismos de proteção. Essa é, segundo o vice-presidente do Agronegócio do Banco do Brasil, Luiz Carlos Guedes, a combinação necessária para dar maior estabilidade ao pequeno produtor rural. Para intensificar ainda mais essa posição, o banco passou a disponibilizar a partir de quinta, dia 2 de julho, o seguro de preço. O novo produto é destinado ao produtor que tiver renda bruta anual de até R$ 500 mil.

O banco também anunciou que vai destinar cerca de R$ 39,5 bilhões para operações de crédito rural na safra 2009/2010, volume 30% superior comparado à safra anterior. Desse total, R$ 9,4 bilhões vão financiar a agricultura familiar e R$ 30,1 bilhões vão atender aos demais produtores e suas cooperativas. As agências do Banco do Brasil já estão operando a contratação de todas as linhas de crédito rural e do Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (Pronaf) do Plano Safra 2009/2010.

Os recursos autorizados para desembolso em julho de 2009 são da ordem de R$ 2 bilhões. Já com relação ao total emprestado na safra 2008/2009, do montante de R$ 30,5 bilhões, foram destinados R$ 7,5 bilhões para a agricultura familiar e R$ 23 bilhões para os demais produtores e suas cooperativas.

O seguro preço é um mecanismo de garantia e sustentação de preços agropecuários. Ou seja, a partir da safra 2009/2010, os produtores rurais do segmento empresarial que operam com o Banco do Brasil têm a opção de contratar a proteção contra queda acentuada de preços por meio de opções de venda. O seguro irá garantir o bom preço de venda da soja e do milho, que representam 85% da safra de grãos, no mercado futuro. A expectativa do banco é atender 52 mil contratos este ano, 450 sacas por contrato, podendo chegar a 100 mil contratos.

O valor do serviço vai variar de acordo com o preço que o produtor estabelecer para seu produto. Nesse novo modelo de oferta privada de proteção de preço, o Banco do Brasil lançará no mercado opções de vendas acessíveis, de modo a garantir o preço de suporte ao produtor na época da colheita, com preço compatível com os custos da produção. A previsão é de que cerca de 20% do valor das operações de custeio de soja e milho possam estar atreladas às opções de venda gerenciadas pelo Banco do Brasil, já neste primeiro semestre do ano safra 2009/2010.

Na prática, o produtor rural vai até uma agência do banco e afirma que quer vender a sua saca de milho a R$ 25 em março de 2010, quando ela for colhida. Caso, nesta última data, o preço da saca de milho for, por exemplo, R$ 23, o Banco do Brasil paga ao agricultor os R$ 2,00 que o mercado não quer dar.

– O preço varia todos os dias na Bolsa de Mercadorias e Futuro. Com esse novo seguro, o produtor irá comprar o direito de vender a sua soja e milho no preço que não lhe causar prejuízos – explica Luiz Carlos Guedes. Hoje, esse mecanismo de trabalhar com o mercado futuro já é utilizado em outros países.

As agências do Banco do Brasil já estão operando a contratação de todas as linhas de crédito rural e do Pronaf. Junto com o BNDES, o BB é o principal operador dos recursos do Programa. A efetivação dos desembolsos dependerá da demanda.

– Nossa expectativa é de que não faltem recursos – afirma o gerente de Agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz.

A agricultura familiar se destacou no último ano-safra com as operações de investimento do Programa Pronaf Mais Alimentos, com a contratação de mais de 17 mil em um conjunto de recursos de R$ 870 milhões. Os agricultores familiares que conseguem crédito pelo Banco do Brasil ainda contam com o Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (IPGPAF), seguro que protege o produtor contra possíveis quedas acentuadas de preços.

No que diz respeito às cooperativas do Agronegócio, o Banco do Brasil aplicou neste segmento R$ 2 bilhões na safra 2008/2009, um crescimento de 41% em relação ao período 2007/2008. Em parceria com as cooperativas foram aplicados em financiamentos para cooperados ao amparo do Pronaf R$ 139 milhões, um aumento de 81% na comparação com o ano-safra anterior.

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