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 | 05/07/2009 16h40min

Comissão da Amazônia na Câmara quer mais recursos para combate a queimadas

Projeto Fogo Zero na Amazônia tem desenvolvimento da Embrapa

Um grupo de deputados da Comissão da Amazônia já trabalha para incluir, no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2010, recursos extras para o projeto Fogo Zero na Amazônia, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental. A sugestão do deputado Fernando Melo (PT-AC) é a de que a comissão apresente uma emenda ao Orçamento com esse objetivo.

Melo lembrou nesta semana, em audiência pública na Câmara, que no Acre o Ministério Público entrou com uma ação civil pública para proibir o uso do fogo por produtores rurais a partir de 2011. A medida também visa a obrigar que sejam fornecidas alternativas técnicas e práticas ao uso das queimadas.

Apesar de a Justiça ainda não ter julgado o pedido, Fernando Melo considera que é preciso auxiliar desde já os agricultores. O projeto Fogo Zero, na avaliação do parlamentar, pode ser um caminho.

– Eu achei o prazo pequeno, mas é um começo. Estou dando minha contribuição ao debate – ressaltou.

O desenvolvimento de alternativas às queimadas é pesquisado pela Embrapa desde a década de 90. Atualmente, segundo o engenheiro agrônomo Osvaldo Kato, a técnica é aplicada em escala experimental no Pará, com a participação de cerca de 70 famílias.

De acordo com ele, os pesquisadores usam o sistema de plantio direto associado ao aproveitamento de matéria orgânica triturada, vinda do manejo da própria mata.

– Usar o fogo, mesmo na pastagem, é um processo que não melhora a terra. E fazer isso repetidamente leva à degradação muito rápida. Com o sistema sem queima, o agricultor cada vez mais melhora o seu solo – explicou.

Kato disse que uma das necessidades para ampliar a abrangência do projeto é a de aquisição de mais máquinas para triturar a vegetação usada na cobertura do solo. Atualmente, os equipamentos pertencem à própria Embrapa e são divididos entre os agricultores.

O ideal, na avaliação do pesquisador, seria que houvesse empresas interessadas em alugar as máquinas aos produtores, ou que as prefeituras fornecessem equipamentos. Outra alternativa seria que cooperativas agrícolas rateassem os custos.

O engenheiro foi um dos participantes da audiência sobre o tema promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional.

O uso de técnicas sustentáveis de produção agrícola na Amazônia não depende apenas da pesquisa agropecuária. A diretora-executiva da Emprapa, Tatiana de Abreu Sá, disse que hoje a tecnologia na área avançou bastante; mas muitas das práticas, segundo ela, ainda não alcançaram um uso em larga escala.

Ela argumentou que, além dos recursos para pesquisa, devem ser direcionadas mais verbas para áreas como a logística, a indústria e o crédito na Amazônia.

AGÊNCIA CÂMARA
 
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