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 | 23/06/2009 18h26min

Rede varejista quer auditoria para comprar carne de frigoríficos

Para vender, fornecedores terão que apresentar laudos que garanta que produto não vem de área de desmatamento

Atualizada em 23/06/2009 às 19h37min Mariane De Luca | São Paulo (SP)

Empresas do setor de alimentos, entre elas, os três maiores frigoríficos do país, assinaram nesta terça, dia 23, em São Paulo, um pacto de sustentabilidade com uma grande rede de supermercados. Para conseguir vender ao varejo, os fornecedores de carne bovina vão ter que apresentar laudos de auditoria independente que garanta que o produto não vem de área de desmatamento.

O compromisso foi proposto pela rede de supermercados Wal-Mart. Vinte presidentes e diretores dos maiores fornecedores da rede assinaram o documento. Entre as metas está reduzir o uso de sacolas plásticas e estimular as vendas de produtos sustentáveis. Entre os empresários, estavam representantes dos frigoríficos Bertin, Marfrig e Jbs-Friboi.

O Wal-Mart e outras duas redes supermercadistas suspenderam a compra de carne do Pará no início do mês após a divulgação de um relatório do Greenpeace que apontou que o produto provinha de áreas desmatadas. Agora, a empresa está fazendo novas exigências para retomar os negócios.

A exigência do Wal Mart no caso da carne bovina é que os fornecedores contratem uma auditoria independente e de reconhecimento internacional para garantir que o produto não vem de área de desmatamento. Além disso, a empresa passou a exigir a Guia de Trânsito Animal (GTA), anexada a nota fiscal do fornecedor. Os frigoríficos vão ter 30 dias para apresentar suas propostas e, em até 90 dias, os laudos das auditorias vão ter que ser mostrados para que a compra seja efetuada.

A empresa já encaminhou aos frigoríficos uma lista com as empresas de auditoria que devem ser contratadas. No caso das pequenas e médias indústrias de carne, será preciso recorrer aos bancos e ao governo.

O presidente do Marfrig, Marcos Antônio Molina dos Santos, admitiu que ter a rastreabilidade total de cada animal abatido é muito difícil, mas não impossível. Hoje o frigorífico anunciou um acordo com o governo do Mato Grosso se comprometendo a não comprar, abater ou vender gado originário de áreas do bioma amazônico que tenham sido desmatadas.

No encontro, a diretora do grupo Bertin disse que a empresa já utiliza um sistema eficiente de rastreabilidade.

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