| 18/06/2009 19h20min
A integração da cadeia produtiva da carne facilita as boas práticas e resulta em maior qualidade do produto final. Na Feicorte, parcerias entre alguns elos da cadeia estão sendo consolidadas. No processo é possível saber todo o percurso que o gado fez, desde o rebanho até a carne chegar pronta para o consumidor. Isso significa que a rastreabilidade, fundamental para a exportação, está crescendo no país.
Em 2007, o pecuarista Marcelo Pimenta resolveu entrar num programa de qualidade da carne de uma das maiores redes de supermercado do país. Para isso, o dono da propriedade, que já se preocupava com o bem-estar animal, além das questões sociais e ambientais, teve que redobrar a atenção no uso dessas práticas.
– No meio ambiente está tendo uma preocupação muito forte nisso. Nós estamos cercando nossos cursos de água, estamos reflorestando nossas pastagens para melhorar o conforto do animal – explica pimenta.
Neste ano, o criador deve fornecer 300 animais para serem comercializados, o triplo do ano passado. O programa teve início há pouco mais de quatro anos e, em 2007, começaram as vendas de carne.
O grupo fecha parceria diretamente com os pecuaristas, e a rede de varejo também escolhe qual frigorífico deve abater o animal. Mas para conseguir entrar no projeto, antes é feita uma auditoria na propriedade, como explica o gerente de desenvolvimento de carnes Vagner Giomo.
– O que o programa pede? Pede que a fazenda seja minimamente tecnificada, que implante um sistema de inseminação, de rastreabilidade, que cuide de seus mananciais, das suas florestas. E isso, não vai ser à toa.
Desde que o programa começou, já foram comercializados mais de um milhão de quilos de carne. O produto vem do cruzamento do nelore com a raça espanhola rubia gallega.
– Aqui a gente busca mais a produção. O rendimento da carcaça gira em torno de 58% a 60%, e na desossa de 78% a 85%. Isso aponta para o produtor com certeza um custo benefício muito interessante porque ele vai produzir mais carne em menos tempo de produção – diz o diretor da empresa fornecedora de sêmen, Eduardo Grandal.
Atualmente, 50 mil matrizes da raça nelore são inseminadas. Com o passar dos anos, o crescimento foi expressivo, pois a parceria começou com apenas seis criadores.
Hoje são 47 pecuaristas associados ao programa de qualidade da carne. É a primeira vez que a rede de varejo participa de uma feira como esta. O objetivo é estimular outros criadores para entrarem no programa.
– Isso é obrigatório para que o sistema de rastreablidade dê certo. A parceria entre todos os elos da cadeia produtiva – afirma o diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado.
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