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 | 16/06/2009 11h36min

Crise mundial reduz vendas de produtos de alimentação animal

Avicultura de corte e gado bovino registraram maior queda na demanda por ração

A forte retração da demanda global causada pela crise mundial provocou queda na demanda por ração animal no primeiro quadrimestre de 2009. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) mostram que, de janeiro a abril deste ano, a produção de ração alcançou 16,6 milhões de toneladas. Houve queda em relação ao mesmo período de 2008 (17,6 milhões de toneladas) e em relação ao quadrimestre anterior (18,4 milhões de toneladas).

De acordo com o diretor executivo do Sindirações, Ariovaldo Zanni, a indústria de avicultura de corte e postura respondeu por quase 50% da demanda total de ração, apesar de ter consumido quase um milhão de toneladas a menos em relação ao quadrimestre anterior.

– A produção de ração de janeiro a abril deste ano ficou quase 15% abaixo dos últimos quatro meses de 2008, condição acentuada pela sazonalidade natural nos primeiros meses de cada ano – disse Zanni. 

A demanda de ração para frangos de corte recuou quase 9% de janeiro a abril deste ano, quando comparada ao mesmo período do ano anterior. Houve um forte movimento de desalojamento de pintinhos, iniciado ainda em outubro passado – o plantel caiu de 496 milhões de cabeças para apenas 406 milhões em fevereiro deste ano. Como conseqüência, a produção de carne de frango já recuou 13% neste primeiro quadrimestre quando comparado ao último do ano anterior.

A indústria produtora de ovos consumiu no primeiro quadrimestre deste ano cerca de 6% menos ração quando comparada aos primeiro e último quadrimestres de 2008, graças ao menor alojamento de poedeiras e matrizes. A oferta de ovos férteis acirrou a competição e pressionou negativamente o preço.

Porém, este setor já dá sinais de retomada no crescimento.

F O consumo de ovos e a necessária reposição de poedeiras já refletiram recuperação no alojamento das matrizes em abril, para atender a dinâmica cadeia de suprimentos – explica Ariovaldo Zanni.

Comparado ao mesmo período do ano anterior, a demanda por ração no setor de bovinocultura de leite foi 11% menor neste quadrimestre. O uso de tecnologia nutricional – vitaminas, aminoácidos e outros aditivos – sofreu queda ainda mais acentuada. O desempenho comparado ao último quadrimestre de 2008 revela uma queda de 31% na produção de ração para gado leiteiro.

O panorama foi causado pela crise financeira, que provocou forte desvalorização do preço internacional do leite, agravado pela apreciação do Real nos primeiros meses de 2009 e pela importação do leite em pó argentino.

– A entressafra somada à estiagem comprometeu ainda mais o desempenho e a captação de leite caiu substancialmente no primeiro quadrimestre de 2009, diminuindo a oferta – afirma Zanni.

A demanda por ração para gado de corte no período de Janeiro a Abril de 2009 foi mantida em relação ao mesmo período do ano anterior. Como o nível de estoques de alguns dos aditivos estava alto, houve queda na suplementação de fósforo e no uso de tecnologia nutricional. Houve retração de 38% na produção de ração quando comparada ao último quadrimestre de 2008, movimento explicado pela sazonalidade.

A demanda por ração para a suinocultura no primeiro quadrimestre de 2009 apresentou alta de 0,7% quando comparada ao mesmo período do ano anterior, principalmente motivada pelo aumento no abate de suínos. O embarque de carne suína durante os primeiros meses de 2009 reagiu surpreendentemente, a despeito da baixa lucratividade.

Já em relação ao último quadrimestre de 2008, a produção de ração retraiu quase 8%, em conseqüência à crise financeira que afligiu o setor com queda nas exportações e baixa dos preços internacionais e domésticos.

– A pressão nos custos fez com que a cadeia de produção reduzisse sua demanda por ração e pelo uso da tecnologia nutricional – informa o diretor executivo do Sindirações.

O Sindirações, Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal, é hoje o principal representante da indústria brasileira de ingredientes, premix, suplementos e rações para animais, reunindo cerca de 160 associados – que representam mais de 80% do mercado comercial de produtos destinados à alimentação animal.

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