A União Européia de Emissoras de Televisão (EBU, em inglês) protestou nesta quinta, dia 3, contra as restrições que estariam sendo impostas pelos militares norte-americanos a jornalistas que tentam cobrir a guerra no Iraque sem acompanhar as tropas anglo-americanas. A entidade, que reúne emissoras públicas e comerciais, disse que as tropas anglo-americanas estão retirando à força os jornalistas unilaterais (sem ligação formal com nenhuma unidade militar) encontrados no sul do Iraque.

– A atual política do Comando Central dos EUA é de restringir ativamente a coleta independente de informações no sul do Iraque – disse o secretário-geral da EBU, Jean Stock, em uma nota divulgada no Kuwait.

Stock disse que a EBU está particularmente chocada com o fato de que, aparentemente, as piores restrições são impostas às emissoras de países que não participam do conflito. Segundo ele, essa prática já colocou algumas equipes em perigo, já que elas passaram a trabalhar clandestinamente.

– Por causa disso, os jornalistas estão expostos a um risco muito maior, e a coalizão (anglo-americana) atinge a qualidade de suas reportagens.

Stock disse que inicialmente a EBU aprovou a prática de ''agregar'' jornalistas a unidades militares ocidentais, mas que só um pequeno número de jornalistas europeus foi chamado para isso.

Uma porta-voz militar dos EUA no Kuwait disse não ter conhecimento de casos de jornalistas expulsos do sul do Iraque pelas tropas ocidentais. Uma fonte militar britânica disse que a retirada de jornalistas é necessária por causa dos riscos.

– O campo de batalha não é seguro. Não é do seu interesse estar ali – afirmou o coronel Chris Vernon.

Pelo menos quatro jornalistas já morreram durante esta guerra, que começou no dia 20 de março.

As informações são da agência Reuters.