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 | 05/06/2009 19h

Pecuaristas de MS querem ampliar ainda mais controle sanitário

Ideia é seguir o exemplo de Santa Catarina, onde desde 2007 todo o rebanho está identificado por meio de brincos

Atualizada em 05/06/2009 às 20h18min Luiz Patroni | Campo Grande (MS)

Desenvolver um novo modelo de rastreabilidade bovina e conseguir ampliar ainda mais o controle sanitário animal na região. Este é o objetivo das lideranças de Mato Grosso do Sul, que querem seguir o exemplo de Santa Catarina, onde desde 2007 todo o rebanho está identificado por meio de brincos. A iniciativa, autorizada pelo Ministério da Agricultura, recebeu o apoio dos produtores rurais do Estado.

Pecuarista há 25 anos, João Borges está um passo a frente quando o assunto é rastreabilidade. A fazenda dele é uma das 26 em Mato Grosso do Sul que fazem parte da chama Lista Trace, ou seja, que estão autorizadas a exportar carne bovina para a União Européia. O produtor, que desde 2003 segue as regras do Sisbov, defende a importância do rastreamento do rebanho e está otimista com a possibilidade de o estado desenvolver um modelo próprio de identificação dos animais.

— É importante um modelo próprio e menos burocrático para os produtores de MS. Isto facilitaria o controle documental dos animais e também no dia a dia da fazenda. O novo sistema deverá ser eletrônico, talvez por meio de chips nos animais — defende Borges.

Por enquanto, ainda não há nada concreto com relação ao modelo que será criado. A previsão é de que ele seja parecido com o que foi implantado na Zona de Alta Vigilância Sanitária, onde todo o rebanho de 800mil animais está identificado. O que já está certo é que este trabalho deverá ser concluído em no máximo quatro anos e que ele será feito em conjunto, unindo pesquisadores da Embrapa, técnicos da Iagro e da Superintendência Federal de Agricultura além de representantes da classe produtora.

A iniciativa é um importante passo rumo ao objetivo de tornar o Estado a principal referência no mundo em relação à produção de carne bovina com qualidade. É o que diz o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro, entidade que já apóia o Pass-Carne, projeto que defende, entre outras coisas, a rastreabilidade do rebanho através da marca de origem a fogo.

— É hora de modernizar os modelos de rastreabilidade, reduzindo a burocracia para aderir ao sistema — disse Monteiro.

O Superintendente Federal de Agricultura do Estado, Orlando Baez, também vê com bons olhos a iniciativa de Mato Grosso do Sul, mas ressalta: mesmo com a implantação de um novo modelo de rastreabilidade, a adesão ao SISBOV continuará sendo indispensável para quem quer exportar carne bovina para os europeus.

— Quando os europeus querem comprar carne bovina, eles não olham o controle feito Estado por Estado, eles querem saber se as regiões estão cumprindo o que foi determinado pelo Governo Federal (Sisbov) e acertado pelas autoridades européias.

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