| 04/06/2009 03h06min
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, informou ontem que a média diária das concessões de crédito em abril deste ano atingiu R$ 7,2 bilhões, superando a média de R$ 7,1 bilhões por dia verificada no período de janeiro a setembro do ano passado.
Ele afirmou que o crédito foi um dos canais por meio do qual a crise financeira atingiu o Brasil, mas destacou que esse segmento está se regularizando. A despeito desse sinal, Meirelles ponderou que o movimento de recuperação foi muito concentrado nos grandes bancos, com destaque nas instituições públicas.
Citando dados comparando o crédito de abril de 2009 com o setembro de 2008, as instituições de grande porte tiveram expansão de 11%, enquanto os bancos pequenos e médios ficaram 5% abaixo.
Mas Meirelles ressaltou que com as medidas adotadas pelo BC para viabilizar a captação de recursos pelas instituições de menor porte, os bancos pequenos estão retomando seu papel no
mercado.
– O crédito ainda não está regularizado,
mas está em movimento de regularização – disse Meirelles, que participa de audiência pública conjunta da Câmara sobre a crise.
O presidente do BC destacou também que alguns indicadores macroeconômicos já voltaram ao nível que exibiam no momento em que teve início a fase de recrudescimento da crise financeira internacional. Ele lembrou, por exemplo, que as reservas internacionais pelo critério de liquidez estavam em US$ 205 bilhões em agosto do ano passado.
Na última segunda-feira, as reservas somavam US$ 205,4 bilhões.
– Em resumo, o Brasil é um dos poucos países que já tem volume de reservas superior ao da entrada da crise.
O presidente do BC comparou também o nível da dívida líquida do setor público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) nos dois momentos. De acordo com ele, essa taxa estava em 40,5% quando houve a piora da crise e, pelo último dado do BC, estava em 38,4%.
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