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 | 30/05/2009 16h10min

Produtores baianos de cachaça buscam diversificação e qualidade

Alambiques baianos produzem cachaças orgânicas e com identificação genética

Açúcar mascavo, melado, vinagre e álcool combustível. Estas são algumas alternativas que os produtores da Bahia estão buscando para diversificar a atividade e com isso obter mais lucro. Marcos Vaccaro, que produz na Fazenda Vaccaro a cachaça Serra das Almas, no município de Rio de Contas, é um desses produtores. Ele saiu de Santa Catarina há nove anos para implantar um hotel fazenda na região da Chapada, onde oferece o turismo ecológico e alimentação orgânica. A partir daí passou a produzir cachaça e café orgânicos.

A cachaça Serra das Almas, produzida na Fazenda Vaccaro, foi a primeira orgânica da Bahia e do Brasil. Com o apoio do Sebrae/BA e do Governo do Estado da Bahia, Marcos Vaccaro garantiu o Selo Orgânico cedido pelo Instituto Biodinâmico (IBD). Ele não usa agrotóxico ou adubo químico na plantação de cana da fazenda, onde preserva o meio ambiente, garante a mata ciliar e possui uma reserva legal.

Em 2003 a cachaça Serra das Almas começou a ser exportada para a Itália, em 2004 para Alemanha e França, em 2005 para Suíça e em 2008 um importador da Inglaterra lançou a marca Abelha, que vende a cachaça Serra das Almas para a Dinamarca e a Inglaterra. Em média, Marcos Vaccaro exporta 20 mil garrafas por ano.

Marcos Vaccaro tem em seu currículo mais de 20 cursos do Sebrae/BA que vão desde gerenciamento, qualidade total, associativismo até atendimento ao cliente e vendas. Na fazenda, ele trabalha com mais 12 famílias vizinhas, para quem repassou a técnica de agricultura orgânica. Em 2003 a Fazenda Vaccaro ganhou o Prêmio Desempenho Ambiental, cedido pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), e em 2004 ganhou do Sebrae, em parceria com o Grupo Gerdau, Programa Qualidade Bahia e da Fieb o Prêmio Realce Empresarial na categoria Destaque Cidadania Empresarial.

Apesar dos prêmios e das boas vendas no mercado europeu Marcos Vaccaro sabe que ele e as 12 famílias que trabalham na Fazenda Vaccaro não conseguem sobreviver exclusivamente com a produção de cachaça orgânica. Por isso, com o apoio do Sebrae/BA, do Arranjo Produtivo Local de Derivados da Cana-de-Açúcar e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, está aprendendo a diversificar a produção da cana-de-açúcar com a produção de açúcar mascavo, melado, vinagre e álcool combustível.

– Também com o apoio do Sebrae/BA e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), os produtores de cachaça da região estão recebendo capacitações para desenvolver planos de negócios e para a abertura de novos mercados. A proposta do Sebrae/BA também é capacitar os produtores para o gerenciamento de vendas e criação de pontos de comercialização especializados em cachaça de qualidade – explica o empresário.

Na região de Abaíra os produtores de cachaça também estão sendo capacitados para a diversificação de produção. Nelson Luz Pereira, vice-presidente da Cooperativa dos Produtores e Associados e Derivados de Cana-de-Açúcar de Abaíra, que reúne mais de 140 famílias, explica que uma parceria do Sebrae/BA com a Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado está investindo cerca de R$ 1 milhão para readequar nove agroindústrias comunitárias da região para a produção de açúcar mascavo, melado, álcool combustível e vinagre.

AGÊNCIA SEBRAE
 
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