A atividade econômica na América Latina e no Caribe cairá este ano abaixo do -0,3% previsto inicialmente pela Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), anunciou nesta quarta-feira a secretária-executiva do órgão, Alicia Bárcena.

— Vamos revisar (a projeção econômica) e irá para baixo, sem dúvida — disse Alicia, em entrevista coletiva convocada para apresentar o relatório "O Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe 2008".

A secretária-executiva da Cepal atribuiu esta nova projeção de queda "fundamentalmente" ao que está acontecendo na economia mexicana, que entrou em recessão.

O governo do presidente mexicano, Felipe Calderón, anunciou que a economia mexicana sofrerá em 2009 uma contração de 4,1%, devido à crise financeira internacional e à recente epidemia da nova gripe (AH1N1), uma estimativa levemente mais conservadora que a do Banco Central (BC), que prevê uma queda de até 4,8%.

A Cepal divulgará em julho sua nova projeção de crescimento na América Latina e no Caribe, explicou Alicia, que minimizou a importância da incidência da epidemia de gripe na atividade econômica em nível regional, exceto no caso do México.

A pandemia de gripe, "em geral, foi bem gerida pelas autoridades e está sob controle, portanto, não acho que tenha um impacto forte, de acordo com as estatísticas manejadas agora", afirmou a secretária-executiva da Cepal.

Alicia, de nacionalidade mexicana, destacou que, na América do Norte, a gripe "está começando a decair" e especificou que "é uma doença muito menos letal do que se esperava e isso pode reduzir o temor de viajar", o que favorece a recuperação do turismo e a atividade econômica em geral.

A responsável da Cepal elogiou a rapidez e efetividade de reação das autoridades do México e do resto da região para frear a expansão desta doença, mas, nos países do Cone Sul, o número de casos está aumentando, devido ao outono.