| 22/05/2009 18h12min
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira que a Petrobras não é uma "caixa-preta", referindo-se a denúncias de possíveis irregularidades contábeis na estatal, que motivaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado.
— A Petrobras segue leis rígidas de demonstrações contábeis — afirmou Dilma, que citou a lei Sarbanes-Oxley, criada em 2002 nos Estados Unidos para fraudes contábeis.
— A empresa cumpre sistematicamente a Sarbanes-Oxley. Tem essa história de falar que a empresa é uma caixa-preta. A empresa pode ter sido uma caixa preta em 1997, 1998, 1999, 2000, mas a Petrobras de hoje é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo — disse.
A ministra argumentou ainda que, se a empresa não fosse confiável, os investidores não a procurariam.
— Caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de
investimento. Investidor não investe em caixa-preta
deste tipo — reforçou.
Dilma afirmou que "é espantoso que se refiram dessa forma a uma empresa do porte da Petrobras".
No último dia 15, o requerimento para instalação da CPI da Petrobras foi lido no plenário do Senado. Na próxima semana, os senadores devem concluir a indicação de nomes para compor a comissão.
Ministra nega que PMDB tenha pedido diretoria
Dilma ainda negou hoje que o PMDB tenha pedido a diretoria de Exploração e Produção da Petrobras, ocupada por Guilherme Estrella, em troca de apoio na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na estatal.
— Não tem sinal de alguém ter pedido isso para nós — disse Dilma, que, em outro momento, falou que a hipótese está fora de cogitação:
— Estou dizendo que não há a menor hipótese, não está em questão essa discussão para nós.
A ministra disse que seu apoio a Guilherme Estrela é irrestrito e elogiou o trabalho do
diretor, afirmando que se trata de um técnico competente.
A diretoria de Exploração e Produção, comandada por Estrella, é responsável pela exploração do pré-sal.
Questionada por jornalistas se o governo confiaria no PMDB, partido da base aliada do governo, para encabeçar a CPI da Petrobras, Dilma respondeu que "o PMDB é nosso aliado" e disse que as contrapartidas pedidas em troca de apoio "são parte da história".
As declarações foram feitas a jornalistas no retorno da ministra ao trabalho em Brasília, após internação motivada por efeitos colaterais de tratamento quimioterápico.
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