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 | 21/05/2009 14h21min

Presidente do Cade evita comparar Brasil Foods a Ambev

Arthur Badin destacou que tempos são outros e que o sistema da concorrência passou por profundo amadurecimento institucional

O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin, quer evitar comparações entre o processo de fusão da Sadia com a Perdigão e a compra da Antártica pela Brahma, que resultou na criação da Ambev (Companhia de Bebidas das Américas).

Ele destacou que os tempos são outros e o sistema da concorrência passou por um profundo amadurecimento institucional desde 2000, quando houve o processo da Ambev.

— Os trâmites processuais estão mais céleres. Para você ter uma idéia, [na época] a média do tempo de análise de casos complexos e simples do Cade era de 159 dias, hoje é de 49, 48 dias — disse Badin.

Quanto ao mérito do julgamento sobre a aquisição da Antártica pela Brahma o presidente do conselho prefere não se manifestar.

— Foi uma decisão de outro conselho, em outro contexto. Cada caso é um caso — declarou o executivo.

Ao criar a Ambev, os administradores a anunciaram como uma grande empresa multinacional, mas depois a companhia foi vendida para empresa com sede na Bélgica.
O presidente do Cade garantiu que o caso da Brasil Foods será analisado com todo cuidado e toda a atenção. Ele preferiu não estimar prazos para o julgamento ou qualquer decisão porque as empresas não fizeram a notificação formal ao Cade.

Nesta sexta, dia 22, representantes das duas empresas devem ser reunir com os conselheiros do Cade em Brasília, para apresentar números e o formato da nova empresa. Haverá um encontro também com representantes da Secretaria de Acompanhamento Econômico e da Secretaria de Direito Econômico.

Para o consumidor, Badin garantiu que não haverá prejuízos.

— A dona de casa pode ficar tranquila que a razão de ser do Cade é protegê-la. Muitas  vezes os beneficiários das ações do Cade não sabem que têm no conselho um defensor, um advogado. É exatamente para ele que o Cade trabalha — defendeu.

O presidente do Cade disse ainda que o julgamento da criação da Brasil Foods é muito importante por ser uma grande fusão, com empresas grandes e concentração em alguns mercados, mas que não se trata de nada especialmente desafiador. Segundo ele, a análise do caso será feito com a mesma tranquilidade, independência e tecnicidade de outros casos no Cade.

AGÊNCIA BRASIL
 
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