Os presidentes dos conselhos administrativos da Sadia, Luiz Fernando Furlan, e da Perdigão, Nildemar Secches, concederam entrevista coletiva nesta terça-feira detalhando a fusão entre as duas empresas, que resultou na criação da Brasil Foods (BRF), gigante do setor de alimentos com R$ 22 bilhões de faturamento anual.

Segundo Secches, a missão da multinacional é se tornar o maior exportador de carne processada do mundo. Ele explica que no país as marcas serão mantidas:

— No Brasil, continuaremos a operar com os mesmos produtos, e vamos oferecer uma prestação de serviço muito mais eficiente para os nossos clientes. Nós queremos levar produtos brasileiros de boa qualidade a todos os lugares do mundo de forma competitiva.

Apesar da intenção em manter as duas marcas, especialistas em defesa da concorrência avaliam que o Cade pode exigir a extinção de uma das marcas, possivelmente a Sadia, pois a Perdigão tem maior participação na associação — quase 70% contra 30% da Sadia.

De acordo com dados divulgados durante a entrevista, Sadia e Perdigão operam comercialmente em 110 países.

— Quase metade do nosso faturamento vem do Exterior — afirmou Secches.

— Nós temos a convicção que estamos criando um campeão, uma empresa brasileira de porte mundial que se destacará nos setores que atua — afirmou Furlan.

Secches informou que 68% do capital da multinacional pertencerá a acionistas da Perdigão e 32% a acionistas da Sadia. O controle de capital é difuso, ou seja, decisões serão tomadas por um conjunto de acionistas.

Segundo ele, a administração da nova empresa "será regida por um sistema de mérito, por profissionais". O executivo explicou ainda que desde o início das negociações foi definido que as instituições financeiras não seriam envolvidas, que têm uma sistemática e um trâmite diferente.

Secches e Furlan, que serão copresidentes do conselho de administração da BRF, mantiveram um clima descontraído e brincaram um com o outro durante a coletiva. Ao final da explanação, Secches presenteou Furlan com uma camiseta do Corinhtians com o símbolo da Brasil Foods.

A Perdigão patrocina o time paulista e já estampou na camisa do time a própria marca Perdigão e a marca Batavo, da qual é proprietária.

— É a do Ronaldo — brincou.

— Essa aqui eu acho que vai dar sorte — sorriu Furlan.

Com informações da GloboNews e do G1.

A repórter de Economia Marta Sfredo analisa a fusão das empresas: