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 | 19/05/2009 07h39min

Sadia e Perdigão confirmam fusão

Brasil Foods terá R$ 22 bilhões de faturamento anual

Atualizada às 11h25min

A Sadia e da Perdigão anunciaram na manhã desta terça-feira a fusão entre as duas empresas, que cria a Brasil Foods, nova gigante do setor de alimentos, que resultará na união das duas numa empresa de R$ 22 bilhões de faturamento anual. Sua sede será em Itajaí, Santa Catarina. O acordo foi firmado por executivos das duas empresas no final da noite de segunda.

Segundo o jornal O Globo, o anúncio era esperado para ontem, mas os entendimentos envolvendo o futuro da holding financeira da Sadia atrasaram a assinatura do acordo. A Perdigão não aceitara a transferência dos ativos para a nova empresa, e os sócios da Sadia concordaram em manter o Banco Concórdia e sua corretora sob o guarda-chuva da Sadia S.A. Numa segunda fase, a decisão será liquidar o banco e encontrar um comprador para a corretora.

Pela operação, a Sadia, que precisava se capitalizar após as perdas de R$ 2,6 bilhões com derivativos, terá suas ações incorporadas em um primeiro momento pela sociedade criada no acordo, chamada HFF Par, que posteriormente terá suas ações incorporadas pela Brasil Foods. Os grandes acionistas de Sadia (famílias Furlan e Fontana) e Perdigão (que tem controle pulverizado nas mãos de fundos, liderados pela Previ) continuarão presentes na nova sociedade.

O estatuto do Conselho de Administração das duas empresas será alterado. No caso da Perdigão, será estabelecido um número máximo de 11 membros e implantada uma copresidência no âmbito do conselho de administração e serão eleitos três novos conselheiros indicados pelos acionistas da HFF, sendo um deles para ocupar o cargo da copresidência. Já o estatuto da Sadia será alterado para ter no máximo 12 membros e será criada a estrutura de copresidência, com substituição de alguns membros para assegurar que esse conselho seja composto pelas mesmas pessoas do conselho de administração da Brasil Foods.

Paralelamente, a Brasil Foods realizará uma oferta pública de ações para captação de recursos no valor estimado de R$ 4 bilhões. O comunicado emitido hoje não menciona a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tido como um dos investidores na oferta. O objetivo da captação é sanar os problemas financeiros da Sadia, que, no fim de março, apresentava uma dívida total de R$ 8 bilhões. Somente no curto prazo, ou seja, até o primeiro trimestre de 2010, a empresa tem um passivo financeiro de R$ 4,27 bilhões. A maior parcela, equivalente a R$ 1,87 bilhão, vence no terceiro trimestre deste ano.

Os problemas financeiros enfrentados pela Sadia desde o ano passado, após os prejuízos com operações de derivativos, foram o principal estímulo para que as duas empresas finalmente chegassem a um acordo para a fusão. Durante a história das rivais, foram várias as tentativas de associação, sem sucesso. A mais emblemática ocorreu em 2006, quando a Sadia apresentou uma oferta hostil à Perdigão. A proposta não só foi negada como serviu de estímulo à Perdigão, cujo valor de mercado mais do que dobrou desde então. Hoje, ela garante a posição de acionista majoritário na Brasil Foods.

Agência Estado
 
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