| 19/05/2009 06h23min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou um dia de reuniões com líderes chineses nesta terça-feira, durante as quais, segundo analistas, ele pode colocar em discussão um plano para eliminar a utilização do dólar no comércio entre o Brasil e a China.
Lula deve se encontrar com seu colega chinês Hu Jintao, o primeiro-ministro Wen Jiabao e outros líderes para conversas sobre o fortalecimento dos negócios com a China e a promoção de uma cooperação mais estreita para combater a crise financeira global. Mais cedo, ele inaugurou em Pequim o Centro de Estudos Brasileiros da Academia de Ciências Sociais da China, centro de pesquisas fundado em 1978, no início das reformas econômicas que transformaram o país numa superpotência emergente. O objetivo é aprofundar os laços culturais e acadêmicos.
Todos os olhos estão voltados, porém, para a possibilidade de um acordo entre a China e o Brasil a fim de eliminar o dólar no comércio bilateral e substituí-lo pela moeda de cada
país — o yuan e o real.
— É absurdo que duas nações comerciais importantes como as nossas continuem a fazer nosso comércio na moeda de um terceiro país — disse Lula, numa entrevista publicada na edição mais recente da revista chinesa Caijing.
Lula já discutiu a proposta com Jintao na reunião do G-20 em abril e disse que voltaria a tratar do tema durante sua visita à China, no que seria mais um desafio ao status do dólar como principal moeda do mundo. Já em março, o presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, havia causado polêmica ao sugerir a eliminação do dólar como moeda de reserva global e sua substituição por um padrão diferente, administrado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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