| 15/05/2009 15h05min
As chuvas devem continuar pelo menos até junho na Amazônia, segundo previsão do Serviço Geológico do Brasil. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, na região, o Estado mais atingido pelas inundações é o Amazonas.
Em Manaus (AM), de acordo com a Defesa Civil, as alagações afetam moradores de mais de 1,2 mil casas e 19 bairros estão parcialmente alagados. Levantamento feito pela prefeitura estima que, até o fim do período de chuvas, pelo menos 18 mil pessoas e três mil casas sejam atingidas pelas enchentes na capital amazonense.
A técnica em enfermagem Anne Bernardo, de 41 anos, trabalha em uma unidade de saúde municipal no bairro onde mora com o marido e dois filhos. A casa da família fica em uma rua onde parte das residências está alagada.
— A minha maior preocupação é que as chuvas estão muito fortes e as casas estão ficando frágeis depois de tantos anos de alagações. Temos medo de que as casas desabem qualquer hora dessas — disse Anne.
A manicure Maria Antônia Queiroz, de 30 anos, vive em uma área que também foi alagada. Há cinco anos, a casa onde ela, o marido e os dois filhos moravam desabou. Ela teme que a família volte a passar por essa situação.
— A gente estava dormindo quando faltou luz, foi tudo rápido. Quando eu me dei conta, a casa estava tombando. A gente se apavorou e pulou para uma casa vizinha. A casa caiu logo depois — lembra a manicure.
Segundo Maria Antônia, houve perda total da casa e, por questão de segurança, a família teve que construir uma nova moradia em outro local, o que ocorreu sem o apoio do Poder Público.
— O dia amanheceu e a gente continuava na luta. No dia seguinte, a Defesa Civil demoliu a casa, dizendo que nada estava seguro. Eles disseram que iriam nos dar outra casa e até agora não recebemos um prego — afirmou Maria Antônia.
Dos 62 municípios do Amazonas em situação de emergência, 48 estão diretamente prejudicados e, por isso, entraram na lista de prioridade nas ações de emergência implementadas pelo governo estadual.
O número de desabrigados é de 9,136 mil e os desalojados somam 44,096 mil. As enchentes no Amazonas também deixaram aproximadamente 300 mil estudantes sem aula. A decisão de interromper as atividades escolares foi tomada para garantir a segurança dos alunos.
Parte das escolas ficou submersa e vias que dão acesso às instituições de ensino foram completamente inundadas. Algumas unidades tiveram que ser cedidas às prefeituras para servir de abrigo à população.
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