Um dia depois de o governo federal anunciar mudanças na tributação da poupança, a polêmica começa a ganhar força no Congresso Nacional. Pela proposta, contas com saldo superior a R$ 50 mil vão pagar imposto de renda a partir do ano que vem, sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 10,5%.

A oposição da Câmara e do Senado já decidiu que irá votar contra o projeto de lei que estabelece as regras de tributação dos rendimento da caderneta de poupança. A justificativa é simples: deputados e senadores acham que a medida prejudica o poupador e beneficia quem aplica em fundos de investimento.

— É importante para o país a questão do cuidado e da valorização da poupança, porque é através da poupança que você obtém recursos para investimentos, e hoje um dos problemas com que nós nos defrontamos na crise é a queda dos investimentos — disse o deputado federal Albano Franco (PSDB-SE).

A base aliada se apóia nos argumentos do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que os pequenos poupadores não serão prejudicados, já que a tributação só vale para saldos acima de R$ 50 mil.

— Ninguém há de defender que aqueles que têm uma condição financeira já mais forte, mais bem estabelecida, não possa pagar um tributo mais elevado — afirmou o deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE).