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 | 08/05/2009 19h01min

Climas extremos no Brasil são provocados pelas temperaturas dos oceanos, dizem meteorologistas

Seca no Sul e enchentes no Norte e no Nordeste sacrificam as pessoas, os animais e as lavouras

Atualizada às 21h21min Daniela Castro | Brasília (DF)

A seca é a principal responsável pela quebra na safra agrícola 2008/2009. Segundo o governo federal, a colheita deste ano pode ser 5% menor do que a passada. Apesar das condições adversas do tempo, especialistas garantem que é possível se prevenir contra os prejuízos causados pelos fenômenos climáticos.

O Brasil passa por um período em que há seca no Sul e enchentes no Norte e no Nordeste do país. Os extremos do clima sacrificam as pessoas, os animais e as lavouras. Milho, soja e feijão já registram quebra na safra. Segundo os meteorologistas, a culpa está na oscilação da temperatura dos oceanos.

— O que acontece com as mudanças de temperatura dos oceanos? Elas são muito demoradas e, portanto, quando acontecem influência a evaporação e altera a circulação na atmosfera como um todo — diz o chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luís Cavalcante.

Desde setembro do ano passado, o mundo sente os efeitos do fenômeno La Niña que reduziu em um grau a temperatura do oceano pacífico. Mas essa situação está com os dias contados.

— Os modelos estão indicando que nos próximos dias, até o fim do mês, esse comportamento se modifique, volte à normalidade e, portanto, as chuvas diminuam no Nordeste e no Norte e, obviamente, a gente não pode dizer que vai ter muita chuva no Sul, já que, a partir de agora, climatologicamente as chuvas diminuem naquela região — explica Cavalcante.

Meteorologistas afirmam que é prematuro dizer que as ações do homem podem influenciar nas mudanças do clima, já que tanto La Nina, que causa o esfriamento das águas do Pacífico, quanto El Nino, que faz exatamente o contrário, aquecendo o Oceano, são eventos que acontecem há décadas.

Como esses fenômenos climáticos ocorrem em média a cada quatro anos, especialistas em agronegócio acreditam que falta tanto para o governo quanto para os produtores investir em prevenção a fim de evitar que os prejuízos com a quebra de safra sejam tão intensos.

Segundo o consultor em agronegócio Clímaco Cézar, o governo também pode adotar ações preventivas.

— O governo pode adotar ações preventivas como o seguro agrícola, crédito rural no momento adequado e cestas básicas — afirma Cézar.

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