| 07/05/2009 17h00min
No último dia 21 de abril, apenas dois dias antes da decisão pelo governo do Estado americano da Califórnia de aprovar uma nova e arrojada regulamentação para combustíveis exigindo reduções na emissão de carbono, o Conselho de Qualidade do Ar daquele Estado (Carb), órgão responsável por desenvolver a nova norma, recebeu mais uma entre inúmeras cartas submetidas com comentários de empresas, entidades e indivíduos a respeito da nova norma.
A carta, assinada por uma das principais empresas de petróleo do mundo, a gigante britânica British Petroleum (BP), surpreendeu pelo conteúdo: entre outros argumentos, defendeu a eliminação da tarifa de US$0,54 por galão imposta pelo governo dos Estados Unidos ao etanol importado, que prejudica a importação do etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil.
A carta da BP, enviada em função da votação pelo Carb do chamado Padrão de Combustível de Baixa Emissão de Carbono (LCFS), afirma que o etanol de cana é o biocombustível com menor nível de carbono disponível no mercado.
— É um reconhecimento da maior distribuidora de combustível na Califórnia representando 20% de um mercado de 60 bilhões de litros que a política comercial dos Estados Unidos está em conflito com a política ambiental — afirmou o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para a América do Norte, Joel Velasco.
— A empresa apóia a Califórnia a tomar conhecimento da oportunidade que o etanol de cana do Brasil oferece ao programa de redução de emissões — afirma o texto, assinado pelo diretor da BP na costa oeste para questões de mudanças climáticas, Ralph Moran.
O Carb aprovou o LCFS em votação realizada na quinta seguinte, dia 23, em Sacramento. Trata-se de uma regulamentação inédita, que prevê um corte de 10% nas emissões de gases de efeito estufa até 2020 em todos os combustíveis.
Movimentos contra a tarifa americana de importação de etanol vêm crescendo nos Estados Unidos. Em março, um grupo de senadores dos americanos propôs um projeto de lei para reduzir a tarifa de importação do etanol para alcançar paridade com os US$ 0,45 pagos como incentivo aos distribuidores americanos para adicionar etanol à gasolina.
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