| 06/05/2009 10h43min
A estiagem que atinge as regiões Oeste, Meio-Oeste e o Planalto Serrano de Santa Catarina provoca perdas nas lavouras e na pecuária.
No Oeste, a seca prejudicou a safra de milho, soja, feijão e a produção de leite. Na avaliação do vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, a quebra da safra também vai descapitalizar os produtores e reduzir a movimentação econômica nos municípios.
Barbieri estima que a perda na safra de milho no Estado chegue a 15% - cerca de 500 mil toneladas. Na soja também pode haver quebras.
— Em Campos Novos, a perda chega a 50% em algumas lavouras — disse.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), Vincenzo Mastrogiácomo, informou que ainda não tem informação sobre o impacto da estiagem no comércio, mas acredita que haverá uma redução nas vendas devido à diminuição do rendimento dos agricultores.
O
presidente da Acic também está preocupado com o
abastecimento urbano de Chapecó, pois a falta de água pode afetar o funcionamento das indústrias. A Sadia já está captando água no Rio Uruguai com 35 caminhões para auxiliar o abastecimento da cidade.
Meio-Oeste
No Meio-Oeste, as perdas ultrapassam 50% da produção agrícola. A produção de leite terá uma queda de mais de 35%.
No meio urbano, em Jaborá, Erval Velho e Catanduvas, foi adotado o sistema de racionamento para reabastecer as fontes de água. O volume destinado ao consumo humano está no limite e máquinas transportam o líquido para os animais no interior. Dois caminhões do Corpo de Bombeiros e diversos fretados pelas prefeituras fazem o serviço.
— A perda na lavoura de milho foi total. A pecuária leiteira perdeu 35%. A pastagem, 50%. Os grãos, de um modo geral, 30%. As culturas de inverno, como a alfafa, também ficaram prejudicadas porque passaram do ponto de serem semeadas. A pastagem está
de péssima qualidade e a tendência é que o problema se agrave
mais com a chegada do frio — disse o secretário de Desenvolvimento Regional Jair Antonio Lorenzetti.
Em Herval D'Oeste, a produção de alfafa teve uma redução de 70%. Apesar dos números negativos, a preocupação do secretário de agricultura, Gilmar Dri, é com a sanidade do gado. Para mantê-los, caminhões de água transportam 10 mil litros, em média, para cada produtor rural.
Serra
A falta de chuva também já deixa as consequências na Serra Catarinense.
Em São José do Cerrito, açudes e pastagem secaram e o moradores da área rural dividem a pouca água com o gado. As lavouras de milho, soja e feijão tiveram perda de 50%. Por causa da falta de água e comida, a produção de leite reduziu 55%.
De acordo com a administração municipal, cerca de 2 mil famílias moram na área rural do município e pelo menos 80% estão sofrendo com a estiagem.
Em Cerro Negro, a situação é
semelhante. Há mais de 40 dias não chove forte na cidade e mais da metade das
plantações de milho e feijão foram perdidas.
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