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 | 03/05/2009 15h28min

Classificação de casos suspeitos e em monitoramento da gripe A tem mudanças

Modificação amplia a ação da vigilância em saúde nos aeroportos brasileiros

O Ministério da Saúde alterou, na última sexta, dia 1º, as regras para a definição de casos suspeitos e em monitoramento da doença causada pelo vírus Influenza A (H1N1). Agora, passam a ser consideradas suspeitas de ter a doença as pessoas provenientes de países com casos já confirmados e que apresentam os sintomas da doença ou, ainda, que tenham tido contato próximo com pessoas infectadas.

Até a última quinta, dia 30, eram considerados casos suspeitos aqueles de pessoas que vinham apenas das áreas afetadas nesses dos países com casos confirmados.
Já os casos em monitoramento são aqueles de passageiros vindos de qualquer país não afetado pelo Influenza A (H1N1) e que apresentem os sintomas compatíveis com o quadro suspeito. Até então, estavam em monitoramento pessoas que vinham de área sem ocorrência de casos, mas situadas em países afetados, e que tinham alguns dos sintomas da doença.  Também são monitorados viajantes que venham de país afetado, mas apresentem apenas alguns sintomas da doença. 

A intensificação da vigilância decorre do aumento no número de países com confirmações de casos da doença e ao aumento de áreas afetadas pelo vírus dentro de alguns desses países.

No entanto, de acordo com o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, a população deve ficar tranqüila, pois país conta com uma rede de vigilância atenta e capacitada para monitorar a situação nos aeroportos.

Folhetos
O Ministério da Saúde ampliou a quantidade de materiais informativos sobre a doença distribuídos nos aeroportos brasileiros. Neste sábado, dia 2, foram enviados mais 500 mil folders com informações detalhadas sobre o vírus Influenza A (H1N1) e as formas de prevenção em três línguas (português, inglês e espanhol) aos aeroportos do país. Ao todo, já foram distribuídos 800 mil folders pelo Ministério.

Durante coletiva de imprensa neste sábado, Hage ainda reforçou a importância de que a população não adote a automedicação. Os medicamentos para a doença só são aplicados em casos de prescrição médica e em pessoas que apresentaram os sintomas em até 48 horas. A automedicação pode mascarar ou atenuar os sintomas e, ainda mais grave, provocar resistência no organismo humano ao medicamento específico usado para o tratamento.

AGÊNCIA BRASIL
Perguntas e Respostas sobre a Gripe Suína
Fonte: Organização Mundial da Saúde - OMS
O que é influenza (gripe) suína?
Influenza ou “gripe” suína é uma doença respiratória aguda altamente contagiosa de suínos, causada por um de vários vírus A da influenza suína. A morbidade tende a ser alta e a mortalidade baixa (1-4%). O vírus se dissemina entre os suínos através de aerossóis, contato direto e indireto e através de suínos portadores assintomáticos. Surtos em suínos ocorrem durante todo o ano, com maior incidência durante o outono e inverno em zonas temperadas. Muitos países vacinam rotineiramente as populações de suínos contra a influenza suína.

Os vírus da influenza suína são geralmente do subtipo H1N1, mas outros subtipos também circulam em suínos (como H1N2, H3N1, H3N2). Os suínos também podem ser infectados pelos vírus da influenza aviária e por vírus sazonais da influenza humana, além dos vírus da influenza suína. Acredita-se que o vírus suíno H3N2 foi originalmente introduzido na população de suínos por seres humanos. Algumas vezes, os suínos podem ser simultaneamente infectados por mais de um tipo viral, o que pode permitir a combinação dos genes dos diferentes vírus, produzindo um vírus da influenza que contém genes de uma série de fontes, denominado vírus recombinado (reassortant virus).

Embora os vírus da influenza suína sejam normalmente espécie-específicos e sejam apenas capazes de infectar suínos, algumas vezes cruzam a barreira entre espécies e causam doença em seres humanos.

É seguro ingerir carne e produtos de origem suína?
Sim. Não se demonstrou a transmissão da influenza suína a seres humanos através da ingestão de carne suína adequadamente manuseada e preparada ou de outros produtos de origem suína. O vírus da influenza suína é inativado por temperaturas de cozimento de 160°F/70°C, correspondentes às orientações gerais de preparo de carne suína e outros tipos de carnes.
Quais são as implicações para a saúde humana?
Existem relatos esporádicos de surtos e casos de infecção humana por vírus da influenza suína. Geralmente, os sintomas clínicos são semelhantes à influenza humana sazonal, mas os relatos descrevem desde infecção assintomática a pneumonia grave, resultando em morte. Uma vez que a manifestação clínica típica da infecção por vírus da influenza suína em seres humanos é semelhante à influenza humana sazonal e a outras infecções agudas do trato respiratório superior, a maior parte dos casos foi detectada ao acaso através da vigilância para influenza humana sazonal. Casos leves ou assintomáticos podem ter escapado à detecção; desta forma, não se conhece a real extensão desta doença em seres humanos.
Onde ocorreram os casos humanos?
Desde a implementação da Regulamentação Internacional da Saúde (IHR - 2005), em 2007, a OMS recebeu notificações de casos de influenza suína dos Estados Unidos e da Espanha.
Como as pessoas se infectam?
As pessoas geralmente se infectam com influenza suína a partir de suínos infectados. Entretanto, em alguns dos casos humanos não houve comprovação de contato com suínos ou exposição a ambientes contendo suínos. A transmissão humano-a-humano ocorreu em alguns casos, mas foi limitada a pessoas próximas e grupos fechados.
Que países foram afetados por surtos em suínos?
Como a influenza suína não é uma doença de notificação compulsória às autoridades internacionais de saúde animal (OIE), não se conhece sua exata distribuição internacional em animais. A doença é considerada endêmica nos Estados Unidos. Surtos em suínos também já ocorreram na América do Norte, América do Sul, Europa (inclusive Reino Unido, Suécia e Itália), África (Quênia) e em regiões do leste da Ásia, como China e Japão.
E quanto ao risco de pandemia?
É provável que a maior parte das pessoas, especialmente as que não mantêm contato regular com suínos, não tenha imunidade aos vírus causadores da influenza suína, capaz de evitar a infecção. Caso um vírus suíno estabeleça uma transmissão eficiente humano-a-humano, poderá causar uma pandemia de influenza. O impacto de uma pandemia causada por um vírus suíno é difícil de prever: depende da virulência do vírus, do grau existente de imunidade na população humana, proteção cruzada conferida por anticorpos adquiridos contra a influenza sazonal humana e fatores relacionados ao hospedeiro.
Existe uma vacina humana que confere proteção contra a influenza suína?
Não existem vacinas humanas que contenham vírus suíno que está causando doença em seres humanos. Não se sabe se as vacinas contra a influenza sazonal humana são capazes de conferir proteção. Como os vírus da influenza mudam muito rapidamente, é importante desenvolver uma vacina contra as cepas de vírus atualmente circulantes para conferir máxima proteção à população vacinada. Esta é a razão pela qual a OMS deve ter acesso ao maior número possível de vírus para que seja selecionado o vírus candidato mais apropriado para a produção da vacina.
Quais drogas existem para o tratamento?
Em alguns países existem drogas antivirais para a influenza sazonal humana e que são eficazes para a prevenção e tratamento da doença. Existem duas classes destes medicamentos: 1) derivados do adamantane (amantadina e rimantadina) e 2) inibidores da neuraminidase da influenza (oseltamivir e zanamivir).

Na maior parte dos casos anteriormente relatados de influenza suína, os pacientes se recuperaram plenamente da doença sem necessidade de tratamento médico e sem medicamentos antivirais.

Alguns vírus da influenza desenvolvem resistência aos medicamentos antivirais, limitando a eficácia da quimioprofilaxia e tratamento. Os vírus obtidos de casos humanos recentes por influenza suína nos Estados Unidos se mostraram sensíveis a oseltamivir e zanamivir, mas eram resistentes a amantadina e rimantadina.

As informações ainda são insuficientes para justificar recomendações de uso de antivirais para a prevenção e tratamento da infecção por vírus da influenza suína. Os clínicos devem tomar decisões em base de avaliações clínicas e epidemiológicas e considerar potenciais prejuízos e benefícios da profilaxia/tratamento do paciente.

Para o atual surto de infecção por vírus da influenza suína nos Estados Unidos e México, as autoridades nacionais e locais estão recomendando o uso de oseltamivir ou zanamivir para tratamento e prevenção da doença em base do perfil de suscetibilidade do vírus.

 
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