| 01/05/2009 19h24min
Dados do IBGE e do governo federal apontam que mais de 60% das famílias de agricultores do Brasil tem como renda principal o Bolsa Família, que fica em média em R$ 95 por mês. Apenas 4,9% tem carteira assinada e mais de 12% depende de doações.
Em boa parte das propriedades, é utilizada mão-de-obra infantil para produzir. Porém, os problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais no Brasil vão muito além das questões que envolvem o emprego, renda e educação. Saneamento, banheiro em casa e coleta de lixo estão longe da realidade para a maioria, e mais da metade não tem postos de saúde próximos às suas residências.
Para tentar resolver esses problemas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) criou o Observatório das Desproteções Sociais no Campo. O objetivo é mapear esses problemas e organizar ações nas áreas de infra-estrutura, saúde, educação, cultura, saneamento e o desenvolvimento econômico e social, e principalmente garantir que os programas saiam do papel.
Por meio de uma parceria com os governos federal e estaduais, a confederação quer utilizar seus mais de quatro mil técnicos e instrutores e 2,6 mil sindicatos no país, para implementar as políticas públicas no campo. A presidente da CNA citou como exemplo o programa Útero é Vida, que garante que as grávidas que vivem no meio rural tenham acesso ao atendimento médico.
A CNA destaca que os recursos destinados aos programas sociais no campo vêm sendo reduzidos nos últimos 10 anos. Durante esta semana, a confederação também lançou o programa Mãos que Trabalham, para orientar patrões e empregados sobre a legislação trabalhista e valorizar as propriedades que cumprem a lei.
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