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 | 29/04/2009 19h05min

Ministro da Agricultura sai em defesa da suinocultura brasileira

Stephanes está preocupado com uma possível queda na receita do produto

Atualizada em 30/04/2009 às 09h53min Daniela Castro | Brasília (DF)

A decisão do Egito de abater todos os 250 mil suínos do país para evitar um possível contágio de gripe suína causou apreensão ao mundo. O nome da doença é questionado, já que até o momento não há notícia de contaminação entre animais, apenas entre humanos.

Preocupado com uma provável queda no consumo de carne suína, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, saiu, nesta quarta, dia 29, em defesa do produto. O Brasil é o quarto maior exportador de carne suína do mundo. No ano passado, vendeu 530 mil toneladas para mais de 50 países, gerando uma receita de US$ 1,4 bilhão.

Se a crise internacional já começava a provocar uma queda nos rendimentos, a desinformação a respeito da gripe suína agora pode causar prejuízos ainda maiores. Novos negócios, por enquanto estão parados.

O ministro pretende tranqüilizar o mercado externo com relação à sanidade dos suínos.

— O Brasil está preparando um documento para os grandes importadores de suínos, mostrando que o país tem segurança na sua produção e deixando muito claro que não há nenhuma possibilidade do Brasil exportar uma carne que venha a ter problemas. Nossa carne está sanitariamente correta e ela não tem nenhum problema relacionado a qualquer questão de gripe suína — defendeu Stephanes.

O documento será finalizado nesta quinta e enviado imediatamente aos principais importadores de carne suína brasileira.  Segundo o ministro, as exportações do produto cresceram 18% entre janeiro e abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2008. Há 24 horas, técnicos de uma missão brasileira retornaram da Rússia. O país que já adquire metade do que o Brasil exporta pode aumentar ainda mais as compras.

— Nós achamos que o mercado vai se manter. Por um lado, podemos até ter uma perspectiva de aumento de mercado, já que está havendo restrição ao mercado americano por parte de alguns países e exatamente o Brasil pode ocupar pelas suas condições da sua produção — afirmou Stephanes.

O nome da doença também incomoda, pois esta mutação do vírus influenza só foi identificada em humanos e não em suínos.

— A Organização Mundial de Saúde é quem deve definir isso. Não cabe a nós (governo brasileiro) definir. Porém, eu não pretendo chamar isso de gripe suína porque não é.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, afirma que está havendo uma certa perplexidade no mundo.

— Nestes últimos três dias, 2ª, 3ª, 4ª, estamos vivendo uma certa paralisia nos negócios. Todo mundo esperando o dia de amanhã, eu acho que existe não interrupção de negócios, mas paralisia no sentido de não contratar os novos — disse Camargo.

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