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 | 28/04/2009 17h08min

Faturamento da indústria de máquinas e implementos agrícolas cai 44%

Levantamento da Abimaq foi divulgado nesta terça, na Agrishow

Atualizada em 28/04/2009 às 20h44min Mariane De Luca | Ribeirão Preto (SP)

Vender máquinas agrícolas no atual momento de crise não está fácil. A constatação é da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamento (Abimaq), que nesta terça, dia 28, na Agrishow, divulgou o resultado do primeiro trimestre.

O faturamento da indústria de máquinas e implementos agrícolas caiu 44% - de R$ 1,9 bilhões para R$ 1.07 bilhões na comparação com o mesmo período do ano passado. A mesma queda ocorreu nas exportações: a receita com os embarques de máquinas ficou US$ 100 milhões abaixo da obtida nos primeiros três meses de 2008: caiu de US $233,7 milhões para US$ 130,89 milhões. Para o presidente da Abimaq, Luis Aubert , são três os principais fatores para a atual conjuntura de recessão do setor: câmbio valorizado, a maior taxa de juros do mundo e a elevada carga tributária.

– Qualquer país que quer se desenvolver atua nestes três pilares. Se não fizermos nada, seremos o eterno país do futuro. Ou o empresário pega a sua máquina, coloca quatro rodas e pinta de branco – disparou, fazendo uma alusão aos setores de automóveis e refrigeradores, que receberam incentivos do Governo Federal, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

E se as vendas não ocorrem, empresários demitem. Cerca de 15 mil trabalhadores da indústria de bens de capital já perderam o emprego desde outubro do ano passado. E segundo a Abimaq, o número pode chegar a 60 mil até setembro deste ano. Ainda de acordo com Aubert, o setor sofreu uma redução de 35% nas vendas no primeiro bimestre de 2009, na comparação com igual período de 2008.

– Sendo que em janeiro atingimos o fundo do poço – afirma, lembrando que no segmento agrícola o patamar é semelhante.

Fórum Canal Rural debate o futuro do agronegócio

A atual situação da indústria de máquinas agrícolas pode mudar. Pelo menos no que depender dos preços das principais commodities, que seguem em alta. A comercialização da safra de grãos que está sendo colhida e as perspectivas para 2010 foram os temas do Fórum Canal Rural, que ocorreu nesta terça, na Agrishow.

O assunto foi debatido por analistas de mercado, representantes da BM&F Bovespa e governo do Estado. O analista da Agência Rural Fernando Muraro mostrou o comportamento do mercado e dos preços agrícolas nos últimos anos e durante a crise e explicou o bom momento para comercialização.

– Preços realmente remuneradores pra todos os Estados produtores, em virtude de questões fundamentais como a quebra de safra gigantesca na América do Sul, ritmo frenético do consumo chinês e a manutenção dos fundos no mercado da soja.

De acordo com os analistas, a tendência de alta deve permanecer já que a queda nos estoque vai manter os preços internacionais em padrões razoáveis. Mas, em tempos de crise, não se pode deixar de ter o pé no chão.

– Acho que tem espaço pra agente poder investir, continuar trabalhando no setor. Os produtores, principalmente, tem que olhar esse futuro e aproveitar – saliente o diretor da agência Safras & Mercado, Flávio da França Júnior.

CANAL RURAL E AGÊNCIA SAFRAS
 
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