Depois da decisão da Secretaria de Direito Econômico (SDE) de investigar denúncias de formação de cartel pelas empresas de fertilizante, os defensivos agrícolas são o alvo. Segundo a Comissão de Agricultura da Câmara, os altos preços desses produtos podem indicar concentração no mercado.

Os deputados da Comissão de Agricultura da Câmara não conseguem entender porque os preços dos defensivos agrícolas são tão caros no Brasil. Para o cultivo de 90 milhões de hectares, os produtores rurais gastam por ano quase US$ 7 bilhões. O valor equivale ao gasto dos Estados Unidos, que produzem em uma área três vezes maior do que a brasileira.

Os deputados desconfiam de formação de cartel, acordo feito entre poucas empresas, que cometem crime de ordem econômica ao combinar preços, eliminar a concorrência e prejudicar os consumidores, que passam a pagar mais caro para ter acesso ao produto. Na semana passada, a Secretaria de Direito Econômico, ligada ao Ministério da Justiça, abriu processo administrativo para investigar suspeita de formação de cartel que envolve três empresas de fertilizantes. Os deputados vão pedir na reunião da próxima quarta-feira a ampliação das investigações também para os defensivos agrícolas.

– Há qualquer coisa errada. Este preço do defensivo para o produtor brasileiro também está muito alto e num momento de dificuldade de renda do produtor. Nós estamos achando que é preciso investigar também os preços ou possível formação de cartel dos defensivos agrícolas – afirma o deputado Waldemar Moka (PMDB-MS)

Caso comprovadas as denúncias, os parlamentares esperam que a SDE puna as empresas que se beneficiam da prática desleal. Com a diminuição dos custos de produção, agricultores e consumidores sairiam ganhando.