O Fundo Monetário Internacional (FMI) distribuirá US$ 250 bilhões nos próximos seis meses para fortalecer as reservas dos países-membros, segundo foi decidido hoje pelo Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, em inglês), principal órgão executivo da entidade. Cada país receberá recursos de acordo com sua cota de participação no FMI. Com isso, os países desenvolvidos ficarão com aproximadamente 60% dos US$ 250 bilhões.

Apesar de apoiarem a distribuição, Brasil e Argentina, em nome de toda a América Latina, se queixaram na reunião do IMFC por causa de tal desigualdade. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu uma segunda distribuição de recursos especificamente para os países em desenvolvimento.

Durante a reunião do IMFC, vários países em desenvolvimento solicitaram que a partilha desse valor ocorra de maneira ágil. A distribuição dos US$ 250 bilhões será realizada "bem antes da Assembleia Anual", que acontecerá em outubro na Turquia, de acordo com o comunicado divulgado pelo Comitê ao fim de sua reunião semestral.

A divisão dos recursos, que será feita em Direitos Especiais de Giro (SDR, em inglês), foi decidida na cúpula presidencial do G-20 (grupo do países ricos e principais emergentes) no último dia 2, em Londres. O SDR é uma moeda virtual criada pelo Fundo, que administra um pequeno mercado no qual os governos a trocam por divisas reais. Na prática, para um banco central, ter SDR é o mesmo que possuir uma divisa forte, como dólar ou euro, motivo pelo qual receber da moeda do Fundo significa fortalecer as reservas.

A última vez em que o Fundo Monetário Internacional fez uma distribuição similar foi em 1981, segundo fontes da entidade.