Com um sentimento nostálgico de retorno à infância, a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, se emocionou ontem e chegou a derramar lágrimas ao falar de sua origem mineira, em Belo Horizonte.

Durante entrevista coletiva, a ministra foi questionada se o retorno à terra natal era como uma “viagem sentimental” e o que Minas Gerais representa para ela.

Ao responder, a ministra começou lembrando Guimarães Rosa e destacando a musicalidade da fala do mineiro, mas se interrompeu.

– É o som da infância esse sentimento – disse após a pausa, com a voz embargada e os olhos marejados.

Depois retomou:

– Belo Horizonte é o lugar onde eu nasci, me criei, passei minha juventude e fiquei adulta. E é muito forte para mim, porque eu acho que nós temos uma característica muito única. Esse som que eu disse, essa melodia que tem na fala, no jeito de ser, eu acho que tem na relação com as pessoas.

Existem poucos registros da infância da ministra. Dilma nasceu em Belo Horizonte, filha de um advogado e empreendedor búlgaro naturalizado brasileiro, Pedro Rousseff, e de uma dona-de-casa, Dilma Coimbra da Silva. Quando Dilma tinha 15 anos, trocou o Colégio Sion, considerado conservador, por um colégio estadual. Lá teria tomado gosto por política. Mais tarde, ela integrou organizações armadas de oposição ao regime militar, foi presa e torturada.