A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar milho e feijão do Paraná. O governo federal liberou R$ 54,2 milhões para formação de estoques com produtos paranaenses. A medida visa ajudar os produtores do Estado, que estão vendendo abaixo do preço mínimo ou que tentam segurar a safra, à espera de uma remuneração melhor.

Segundo a Secretaria de Agricultura do Paraná, o preço do feijão, de cor e preto, no mercado, está entre R$ 65 e R$ 68 a saca, abaixo do mínimo de R$ 80. O milho está perto dos R$ 16,50 fixados pelo governo federal, mas também preocupa o produtor.

A liberação foi divulgada nesta quarta, dia 15. Apenas um armazém da Conab, em Rolândia (PR) já recebeu 25 mil sacas de feijão.

Segundo o Deral, foram vendidos, até agora, 26% das 6 milhões de toneladas de milho que o Paraná colheu nesta safra de verão. No feijão, 88% da primeira safra, de 377 mil toneladas estão comercializados, mas a segunda colheita tem apenas 11% de um total de 427 mil toneladas colhidas. A terceira safra ainda vai ser plantada.

A maior vantagem com a compra dos produtos pela Conab pode ser uma reação dos preços no mercado. Milho e trigo também foram adquiridos, em várias opções para o produtor.

Os produtos têm que ser entregues secos e limpos e alguns produtores reclamam dos custos com este procedimento, que ficam entre R$ 3 e R$ 4 por saca e reduzem a margem de lucro. A Conab argumenta que indeniza pelo menos o gasto com a compra da embalagem, que fica em R$ 1 a saca de polipropileno. A companhia também recebeu verba para formar estoque para o programa de aquisição de alimentos, que prevê a compra de feijão da agricultura familiar.