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 | 09/04/2009 16h05min

Governo lança projeto para melhorar sistema produtivo de comunidades quilombolas

Iniciativa é da Secretaria Especial de Promoção à Igualdade Racial, em parceria com a Embrapa

Atualizada às 17h18min Luciane Kohlmann | Brasília (DF)

O governo federal lançou nesta quinta, dia 9, o projeto Semente Crioula, Resistência Quilombola. Para isso, o ministro de Igualdade Racial, Edson Santos, assinou um termo de cooperação com a Embrapa para melhorar o sistema produtivo de cinco comunidades quilombolas de Pernambuco.

Em dois anos, o projeto pretende diversificar as lavouras cultivadas e criar um banco de sementes crioulas, que serão produzidas e gerenciadas pelos moradores. O objetivo é disponibilizar uma alimentação mais nutritiva às novecentas famílias beneficiadas.

Segundo o pesquisador da Embrapa Hortaliças Edson Guiducci Filho, a idéia é tentar multiplicar sementes de materiais que eles têm em pouca quantidade e verificar no acervo no banco de germoplasma da própria Embrapa alguns materiais que, de alguma forma, foram coletados no passado nessas regiões e que essas comunidades, por algum motivo perderam ao longo do tempo.

Um dos desafios do programa será enfrentar o problema da fome na região. Nas cinco comunidades quilombolas beneficiadas, mais da metade dos moradores sofre de insegurança alimentar. Entre as crianças de até cinco anos de idade, o risco de desnutrição é 76% maior que no restante da população brasileira.

Antônio Mendes, representante das famílias quilombolas, explica que, atualmente, a alimentação das comunidades é muito pobre.

— Por estar em uma região semi-árida, a produção se resume a três meses do ano. Então, nesse período ocorre a produção do feijão e do milho, daí a gente tem que comprar nas cidades e nem sempre as pessoas das comunidades têm acesso a recursos financeiros para comprar — disse Mendes.

Segundo o ministro da Igualdade Racial, o projeto deve minimizar a pobreza da região.

— Garantir a produção de alimentos que reverta esse quadro é o primeiro objetivo. Agora, em segundo lugar, está a possibilidade até de comercialização daquilo que for excedente da produção — concluiu Santos.

CANAL RURAL
Gervásio Baptista/ABr  / 

O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, durante assinatura de termo de cooperação para lançamento do projeto Semente Crioula - Resistência Quilombola: Soberania Alimentar na Caatinga, na Embrapa
Foto:  Gervásio Baptista/ABr


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