As vendas de caminhões, que estavam paradas por causa da crise, reagiram em março, impulsionadas pelo início da safra de grãos. Especialistas do setor, de transporte, entretanto, dizem que nem todos têm motivo para comemorar, já que o movimento de cargas está menor, por causa da redução dos negócios. Um efeito direto da crise internacional.

De acordo com os números divulgados nesta sexta, dia 3, pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em março foram vendidos mais de 8,6 mil caminhões no Brasil, 33% a mais que no mês anterior.

O resultado positivo das vendas no primeiro trimestre, principalmente em março, teve dois motivos: a colheita da safra de grãos e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), tributo que representa 5% do valor de um caminhão novo.

Para um caminhão de R$ 300 mil, a medida representa um desconto de R$15 mil. Sem saber que a redução seria prorrogada, em algumas regiões, clientes correram às lojas para aproveitar o desconto.

Ainda assim, de acordo com o presidente da Fenabrave, Sérgio Rezende, mesmo com a recuperação de março, a perda do setor de caminhões é grande por causa da crise.

– Não tem frete e, por isso, as pessoas não vão fazer o investimento, nem comprar enquanto a economia não der um bom sinal de que vai ficar estável e vai ter transporte.

Segundo a Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC& Logística) o movimento já caiu cerca de 40%. De acordo com o presidente da entidades, Flávio Benatti, quem trabalha com transporte para exportação sofre mais por causa de alguns mercados.