Os apicultores da micro-região de Simplício Mendes, a 416 quilômetros ao sul de Teresina, estão em festa. É que a associação dos apicultores da região recebeu as certificações ecosocial e orgânica para o mel colhido e beneficiado pela entidade. Por conta dessa iniciativa, 729 apicultores vão ampliar as possibilidades de comercializar o mel para várias regiões do Brasil e do mundo.

– Primeiro essa certificação representa uma ampla abertura de mercado para a associação, além de valorizar ainda mais o mel do Piauí dentro e fora do País. Nós já garantimos o selo orgânico e estamos aguardando só a aprovação do Ministério da Agricultura – afirma o assessor técnico, José de Anchieta Moura.

Segundo o assessor, este ano a estimativa é beneficiar 300 toneladas de mel orgânico, sendo que 200 serão vendidas para os Estados Unidos.

A apicultura é uma atividade que garante renda extra para milhares de famílias no semi-árido piauiense, promovendo também inclusão social. Por ter floradas naturais, ou seja, livre de agrotóxicos, o mel do Piauí é bastante valorizado no mercado, mas faltava a certificação desse produto como um produto orgânico. Agora os apicultores ligados à associação conquistaram essa certificação.

A atividade, de acordo com a Federação das Entidades Apícolas do Piauí (Feapi), é exercida por cerca de 25 mil apicultores, distribuídos em mais de 200 municípios.

Todo o processo foi feito pela Associação de Certificação Instituto Biodinâmico, IBD Certificações, especializada em selos de qualidade, junto a mil apiários, totalizando 23.691 colméias, que terão capacidade de produzir 250 mil quilos de mel/ano.

– Essa certificação é muito importante porque facilita o acesso a novos mercados, além de agregar valor ao mel, principalmente por estar inserido na faixa de produtos saudáveis. Com a certificação orgânica, o mel é comercializado por um preço melhor, mais competitivo – explica a gestora do Projeto Apis Araripe do Sebrae no Piauí, Mercês Dias.

Viabilidade

Além da região de Simplício Mendes, outras regiões do Estado, que têm a apicultura como geração de trabalho e renda, também estão iniciando todo o processo de certificação do mel.

– Os apicultores da Casa Apis, na região de Picos, também estão passando por essa avaliação. Com isso, vamos garantir a certificação de mais de dois mil produtores nas microrregiões de Simplício Mendes e de Picos. A conquista desse selo representa um diferencial na qualidade do mel tanto para o mercado americano, quanto para o mercado europeu – afirma o gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios do Sebrae no Piauí, Francisco Holanda.

Além das floradas serem naturais, a produtividade das abelhas aqui no Piauí muitas vezes supera a média nacional de mel por colméia/ano. A média é de 16 quilos por colméia/ano e o Estado atinge 25 quilos de mel por colméia/ano.

– Mais uma vez estamos concluindo uma etapa importante dentro da cadeia produtiva da apicultura piauiense. A certificação fazia-se necessária não somente para revelar a qualidade do mel do Piauí, mas principalmente para mostrar os inúmeros mercados que podiam ser conquistados pelos apicultores. Acredito que a partir dessa iniciativa haverá uma maior valorização do mel piauiense, o que vai promover o surgimento de novos postos de trabalho – afirma o diretor técnico do Sebrae no Piauí, Mário Lacerda.