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 | 24/03/2009 06h37min

Especialistas garantem que só falta definir preço para a compra da Sadia

Permanência das famílias no negócio é principal decisão a ser tomada

Só falta acertar o valor para que a compra da Sadia pela Perdigão seja concretizada. Segundo fontes do mercado, o negócio só não foi fechado ainda porque Sadia e Perdigão discutem dois valores para a transação: um com as famílias Furlan e Fontana no processo de tomada de decisões, e o outro sem a participação delas.

Para que as famílias aceitem o negócio e saiam do processo de tomada de decisão da empresa, o preço pedido seria de R$ 6 por ação. Por R$ 4 por ação, a Sadia seria vendida à Perdigão, mas as famílias controladoras ainda integrariam a administração do grupo.

Pelo acordo que está sendo desenhado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai liberar os recursos para que a Perdigão faça a compra da Sadia.

Tanto para a Perdigão quanto para o BNDES, a saída das famílias do controle da Sadia é uma condição para que o negócio seja fechado. A experiência do passado mostrou que os dois grupos na administração de um negócio em conjunto não surtiram os resultados esperados. A liberação seria um aporte do banco na Perdigão que, por sua vez, faria a compra da Sadia por meio de troca de ações.

Por esse motivo, o montante que o BNDES liberaria foi um dos assuntos discutidos nessa segunda, dia 23, entre o presidente do conselho de administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a inauguração de uma fábrica da Sadia em Vitória de Santo Antão, a 50 quilômetros de Recife (PE). A assessoria de imprensa da Sadia, no entanto, negou que Lula e Furlan tenham se reunido a portas fechadas.

Sadia tenta saldar dívidas, e Perdigão comemora balanço

Após a inauguração, Furlan falou sobre as negociações com a Perdigão, mas apenas reafirmou ter iniciado “entendimentos recentes com vistas a analisar a viabilidade e a convergência de interesses em algum tipo de associação”. Furlan ainda confirmou que a direção da empresa estuda vender ativos não operacionais para levantar recursos entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões para ajudar a saldar dívidas.

Na divulgação do balanço de 2008, nessa segunda, o presidente da Perdigão, José Antonio Fay, afirmou que a empresa não está, neste momento, negociando qualquer tipo de associação com a Sadia. Apesar do prejuízo registrado de R$ 20 milhões no último trimestre de 2008, em comparação com o lucro de R$ 98 milhões no mesmo período em 2007, a empresa registrou um recorde de R$ 465 milhões no Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), valor 93% superior a 2007. No ano, a receita bruta cresceu 69% – para R$ 13,1 bilhões.

 

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