| 04/03/2009 19h45min
Produtores de biodiesel tentam antecipar a obrigatoriedade do B4 – programada para vigorar a partir de julho – para aumentar a demanda. A indústria opera com apenas metade da capacidade e depende do mercado interno para comercializar a produção. As exportações representam 1% das vendas do biocombustível brasileiro.
Produzido a partir de fontes renováveis como produtos de origem agrícola, o biodiesel é um combustível alternativo aos derivados de petróleo. Essa fonte de energia limpa vem ganhando espaço em muitos países. No Brasil, a produção tem apenas cinco anos e, segundo a indústria, recebe pouco incentivo do governo.
Já nos grandes mercados consumidores como Estados Unidos e União Européia, o combustível verde é considerado um investimento no meio ambiente fortemente subsidiado. O produto brasileiro é caro e não tem competitividade no mercado externo. Por isso, 99% da produção é comercializada dentro do país. Mais de 50 usinas fabricam cerca de
um bilhão de litros por ano,
mas poderiam produzir três vezes mais.
O mercado interno não consegue absorver a produção da indústria. A exportação do biodiesel brasileiro é destinada ao mercado norte americano. Nos Estados Unidos o combustível é transformado em B99, com 1% de diesel, ganha benefício da lei daquele país e é revendido para a União Europeia.
Vinte e sete países da União Europeia pretendem impor tarifas temporárias à importação do biodiesel norte-americano a partir do dia 13 deste mês. Com isso a expectativa do mercado brasileiro de avançar no mercado europeu através dos Estados Unidos fica prejudicada. Mas segundo o analista do setor sucroalcooleiro Bruno Boszczowski, a medida não deve afetar a produção brasileira, já que o volume destinado à exportação é pequeno. Para ele, o mercado brasileiro ainda tem muito que amadurecer.
Com as dificuldades impostas pelo mercado internacional, o produtor brasileiro de biodiesel continua apostando no mercado
interno.
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