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 | 27/02/2009 17h42min

Trabalhadores da Embraer pedirão ajuda ao presidente do BNDES

Objetivo é que Luciano Coutinho interceda a favor dos 4,27 mil funcionários demitidos

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) pedirá nesta sexta-feira ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que interceda a favor dos 4,27 mil funcionários demitidos pela Embraer na semana passada.

— Está na hora de governo e BNDES fazerem valer seus direitos como acionistas da Embraer para exigir a readmissão de todos os trabalhadores. Entendemos que o conselho do BNDES pode e deve manter a decisão dada pela Justiça — disse o presidente do sindicato, Adilson dos Santos, o Índio.

O presidente do sindicato ressaltou que o Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e a holding de participações do BNDES (BNDESPar) detêm, juntos, cerca de 20% das ações da Embraer. O governo detém ainda 0,3% das ações da empresa.

Os papeis, denominados golden share, foram criados na época da privatização da empresa e dão ao governo os mesmos direitos dos detentores de ações ordinárias. Entre eles estão o poder de veto em algumas das decisões da companhia, principalmente em temas ligados à defesa e assuntos militares, mas não no caso de demissões e contratações.

No conselho de administração da Embraer, estão presentes o tenente-brigadeiro Neimar Dieguez Barreiro, representando a golden share, e José Reinaldo Magalhães, que representa a Previ. Índio destacou ainda que o BNDES injetou R$ 19,7 bilhões na Embraer nos últimos 12 anos, sendo R$ 1,27 bilhão apenas no ano passado para operações de crédito destinado à exportação. O montante representa 10,15% de todos os financiamentos às exportações da indústria liberados pela instituição.

— Sabemos que a Embraer só sobrevive com recursos públicos. Se a empresa mantiver as demissões, queremos discutir com o BNDES um plano para estatizar a empresa — declarou.

A audiência estava marcada para as 18h, na sede da instituição na capital paulista, e foi solicitada pelo sindicato por meio do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Para Índio, a concessão de liminar suspendendo as demissões até 5 de março, feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas (SP), deu fôlego para que governo e BNDES se posicionem em defesa dos funcionários.

Agência Estado
 
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