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 | 20/02/2009 08h39min

Embraer vai demitir 20% dos empregados

Cortes ocorrerão principalmente na mão-de-obra operacional e administrativa

Os ventos da turbulência global atingiram em cheio uma das mais importantes empresas brasileiras. Terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, a Embraer anunciou nessa quinta, dia 19, que demitirá cerca de 20% do seu efetivo de 21.362 empregados.

Os cortes ocorrerão principalmente na mão-de-obra operacional e administrativa, incluindo a eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial. A companhia garantiu que a maioria de sua equipe de engenharia ficará engajada nos programas de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, que prosseguem inalterados.

Além de funcionários que trabalham nas unidades brasileiras da empresa, no interior paulista, serão dispensados empregados das subsidiárias na China e em Portugal. A medida, conforme a empresa, é decorrente da crise financeira que afeta particularmente o transporte aéreo. Apesar de ter sede no Brasil, a Embraer alega que depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global – mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações. Por isso, pouco se beneficia da resistência que o mercado doméstico brasileiro vem demonstrando.

Por meio de comunicado, o presidente da Embraer, Frederico Curado, afirma ainda que a empresa está diante de um novo patamar de entregas, bem menor do que o registrado nos últimos dois anos e acrescenta não haver “uma clara visibilidade de quando poderá voltar a crescer”.

Uma nova revisão das estimativas de ganhos da empresa para este também foi anunciada ontem. A fabricante reduziu a projeção de entrega de aeronaves no ano para 242 unidades, ante previsão anterior de 270 aviões. Por conta da redução no volume, a receita também foi revista de US$ 6,3 bilhões para US$ 5,5 bilhões em 2009.

Presidente Lula teria ficado “indignado” com os cortes

Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos reclamou ontem que os cortes não foram comunicados oficialmente à entidade, apesar dos pedidos nos últimos meses discutir o assunto. Entre as alternativas defendidas pelo sindicato para as demissões estão a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salários e de direitos. Os sindicalistas argumentam que a Embraer tem a maior jornada mundial entre as empresas aeronáuticas (43 horas semanais).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria ficado “indignado” com as demissões divulgadas pela Embraer e anunciou que vai convocar a direção da empresa a uma reunião para pedir explicações. O relato sobre a reação de Lula foi feito pelo dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henriques, que esteve ontem à noite com o presidente no Palácio do Planalto.

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