| 18/02/2009 18h16min
O governo Obama divulgou os detalhes de um plano agressivo para conter a execução de hipotecas nos Estados Unidos, destinando bilhões de dólares a novos programas para auxiliar de 7 milhões a 9 milhões de mutuários norte-americanos. O plano é estimado em US$ 275 bilhões, dos quais US$ 75 bilhões em subsídios para ajudar mutuários a pagar as hipotecas e US$ 200 bilhões a mais do Tesouro americano para financiar as agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac.
Pela proposta, a crise do setor imobiliário será atacada em diversas frentes. Seus objetivos são evitar que mutuários cuja dívida seja maior do que o valor de suas próprias casas atrasem pagamentos, ajudar milhões a refinanciar seus empréstimos e usar o controle exercido pelo governo sobre a Fannie Mae e a Freddie Mac para estabilizar os preços das moradias e oferecer liquidez.
O plano também incluirá incentivos para que tanto os mutuários quanto os credores trabalhem juntos para evitar a execução das hipotecas,
entre eles pagamentos
para reduzir o principal dos empréstimos e bônus para as agências hipotecárias que obtenham sucesso na reestruturação das dívidas. O presidente dos EUA, Barack Obama, apresentou o plano formalmente durante um discurso em Phoenix, afirmando que o governo não pode fracassar no combate à crise do setor imobiliário.
— No final, todos nós estamos pagando um preço por essa crise hipotecária. E todos pagaremos um preço maior se deixarmos que essa crise se aprofunde, uma crise que prejudica os proprietários de imóveis, a classe média e o próprio sonho americano — afirmou Obama.
A principal proposta do plano do governo consiste em proporcionar condições para que entre 4 milhões e 5 milhões de proprietários de residências consigam refinanciar seus empréstimos por meio da Fannie Mae e da Freddie Mac, mesmo que a dívida ultrapasse mais do que 80% do valor do imóvel hipotecado. O auxílio será limitado aos mutuários que tomaram empréstimos garantidos pelas agências ou dentro dos
padrões definidos por
elas.
A proposta será aliada a uma iniciativa de estabilização de US$ 75 bilhões para os proprietários de residências, que inclui uma série de diretrizes padronizadas do setor para modificar os empréstimos e novas exigências para empresas que receberam recursos de resgate do governo, além de autorizar tribunais de falência a modificar os termos de alguns empréstimos. Esta segunda proposta vai concentrar-se em tomadores de empréstimo que ainda não estão em processo de execução de suas hipotecas ou que estão em dificuldades, o que significa que eles devem mais do que o valor de suas moradias.
O plano de três anos será restrito aos mutuários que vivem em suas casas e que tenham empréstimos dentro dos limites de crédito estabelecidos pela Fannie Mae e Freddie Mac. O objetivo seria reduzir as mensalidades das hipotecas, fazendo com que os credores diminuam a taxa de juros sobre as hipotecas de forma que os pagamentos não superem 38% da renda do tomador.
Responsabilidade Obama buscou
eliminar as dúvidas sobre se o plano poderia ser explorado pelos proprietários de imóveis que fizeram apostas arriscadas no mercado imobiliário. Obama disse que a proposta está concentrada naqueles que "agiram de acordo com as regras". Pessoas cujas hipotecas tradicionais estão sob risco serão elegíveis para refinanciar seus empréstimos, enquanto pessoas com hipotecas subprime poderão modificar os termos de seu créditos.
— Eu quero deixar muito claro o que este plano não fará: não socorrerá os inescrupulosos ou irresponsáveis jogando o bom dinheiro do contribuinte em créditos ruins. Não ajudará os especuladores que assumiram apostas arriscadas num mercado em alta e compraram casas não para viver nelas, mas para vendê-las. Não ajudará os credores desonestos que agiram com irresponsabilidade — disse Obama.
O plano apresentado hoje é bem mais detalhado do que o pacote de ajuda ao setor financeiro, que os investidores criticaram na semana passada. Em meio aos temores de
que o dinheiro do
contribuinte possa ser usado para socorrer proprietários de residências que deram o passo maior do que a perna, Obama traçou um quadro sombrio da crise do setor de moradia, afirmando que os problemas atingem mais do que as regiões afetadas pela execução de hipotecas.
— Companhias em sua comunidade que dependem do mercado de moradia - empresas do setor de construção e lojas de móveis, pintores e paisagistas - estão todas reduzindo a atividade e demitindo pessoas — afirmou Obama.
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