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 | 17/02/2009 13h04min

Diretor do FMI defende demissão de banqueiros incompetentes

"Eu sou favorável a uma ação com dinamite", declarou Dominique Strauss-Kahn

O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, defendeu nesta terça-feira que se "reaja com dinamite" aos paraísos fiscais e que sejam demitidos os executivos de bancos que não tenham realizado seu trabalho bem. Em entrevista à emissora France Inter, Strauss-Kahn pediu um maior apoio aos bancos e uma maior coordenação dos planos de relançamento dos Estados para evitar que a crise internacional se prolongue.

— Eu sou favorável a uma ação com dinamite — declarou Strauss-Kahn.

O dirigente afirmou que as medidas contra os paraísos fiscais "são muito leves" e admitiu haver um "certo número de Estados que consideram não ser o mais urgente". Ele considerou "escandaloso" o salário de alguns dirigentes financeiros e não duvidou em promover a demissão de executivos de bancos "se fizerem mal seu trabalho" ou o fechamento daquelas instituições que estiverem "desequilibrados demais", salvando sempre os depósitos de seus clientes, declarou.

O problema, paradoxalmente, é que é necessário ajudar o sistema financeiro, onde começou a crise, porém "não para ajudar os bancos, mas as pessoas", e facilitar que possam alcançar o crédito, declarou o principal executivo do FMI. Ele identificou "a ausência de normas" como o "coração da crise". Entre as receitas que propôs para dinamizar o sistema econômico mundial citou a intensificação dos planos de relançamento iniciados pelos Estados, que julgou de pouca "amplitude" em casos como os dos países europeus ou do Japão, e uma maior coordenação, "ainda insuficiente".

Strauss-Kahn apontou 2010 como o ano no qual se começará a sair da crise, caso sejam tomadas as medidas propostas pelo FMI. Ele afirmou que, apesar de todos concordarem ser necessária "coordenação" nas cúpulas internacionais, uma vez em cada país se tomam medidas "um pouco diferentes" e "um pouco contraditórias".

— Não há soluções individuais. Estamos em uma crise mundial. Cada país que tenta sair sozinho cria problemas para seu vizinho. Em uma economia moderna, o sistema financeiro é o sangue que rega a economia. Há um conjunto de ativos podres que continuam nos balanços e não sabemos durante quanto tempo, o que faz com que os bancos tenham medo de emprestar — acrescentou.

Nesse sentido, defendeu que se "chegue até o final da limpeza dos balanços dos bancos" e se "melhore o controle" para "evitar novas crises" no futuro.

EFE
 
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