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 | 05/02/2009 09h42min

Agroindústrias de SC adiam investimentos e buscam novos mercados

Boa parte das empresas fechou os balanços do ano passado no vermelho

A retração do mercado internacional de carnes não deixou muitas opções à agroindústria catarinense, maior produtora de suínos e a segunda maior de frangos do país. Boa parte das empresas fechou os balanços do ano passado no vermelho e as medidas para amenizar a crise não fogem muito à seguinte fórmula: ajustes de produção, suspensão de contratações, férias coletivas para os empregados e adiamento de investimentos.

A Sadia deu férias coletivas a 12 mil no ano passado e, e janeiro, demitiu 350 funcionários. A Aurora já concedeu férias coletivas nas unidades de Joaçaba e Sarandi (RS) e, neste mês, deve fazer o mesmo com 110 funcionários em Maravilha.

Além disso, o investimento de R$ 800 milhões na construção de novas unidades em Canoinhas e Carazinho (RS) foi adiado.

A Bondio, de Guatambu, reduziu o abate e demitiu funcionários. A Perdigão deu férias coletivas para 2,7 mil funcionários no Rio Grande do Sul. O Frigorífio Independência fechou uma unidade em Mato Grosso.

A maioria das agroindústrias fechou o balanço do ano passado no vermelho. A Aurora, por exemplo, teve um prejuízo de R$ 110 milhões.

O presidente da agroindústria, Mário Lanznaster, disse que a empresa vai manter investimentos apenas nos projetos já em andamento, como a indústria de laticínios de Pinhalzinho e a fábrica de rações em Cunha Porã.

A Aurora também está buscando novos mercados, como o Chile.

– Vamos ser mais agressivos nos mercados interno e externo. Outras medidas são o investimento em produtos de maior valor agregado.

Para Lanznaster, a situação pode demorar de quatro a seis anos para se normalizar.

Produtor muda o foco para não quebrar

O suinocultor Fritz Wehebrink, de Seara, mudou o foco da produção para não quebrar. Ele criava os leitões e vendia o porco gordo, no chamado ciclo completo. Estava tendo um prejuízo de R$ 30 por suíno, o que representava perda de R$ 6 mil por mês.

O motivo foi a queda do preço do suíno e o aumento de 30% no custo da ração. Wehebrink teve que demitir dois dos cinco funcionários e passou a criar apenas leitões, a fim de diminuir o custo com alimentação.

O vice-presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, disse que o custo de produção dos suinocultores está em R$ 2,40/quilo e o preço base pago pelas agroindústrias é de R$ 1,65, podendo chegar a R$ 1,80 com o bônus por tipificação de carcaça. Um suíno de 100 quilos representaria um prejuízo de R$ 60 ao produtor.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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