| 02/02/2009 20h32min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que o governo reforçará os investimentos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas afirmou que os valores só serão divulgados na quarta-feira, quando está previsto um balanço oficial do PAC, que será feito pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Mantega adiantou, no entanto, que os aportes serão elevados em todos os setores e citou como exemplo as áreas de logística, rodovias e ferrovias.
Ao ser questionado se o corte de R$ 37 bilhões no Orçamento não afetará o reforço no PAC, o ministro explicou que o governo aumentará os investimentos reduzindo o custeio. Mantega disse que se algum investimento tiver sido atingido, "é provisório".
Crescimento em 2009
Mantega afirmou que, apesar da crise, o Brasil "pode ainda ter crescimento em 2009".
— Mesmo em Davos, os analistas admitiram que o Brasil está
em uma situação privilegiada — relatou Mantega ao sair da primeira
reunião ministerial do ano, encerrada após cerca de dez horas de duração na residência oficial da Granja do Torto.
Mantega contou que durante o encontro foi feita uma avaliação do estágio atual da crise internacional e das ações do governo brasileiro para combatê-la.
— A avaliação é de que a crise econômica mundial se agravou muito nos últimos meses. A crise financeira originada nos países desenvolvidos não foi equacionada. E isso levou a uma desaceleração da economia global — disse.
O ministro ressaltou, contudo, que o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um desempenho melhor para os países em desenvolvimento:
— O Brasil está em condições melhores para enfrentar a crise devido às políticas dos últimos anos.
Segundo Mantega, o Brasil não vai seguir a receita dos países desenvolvidos para enfrentar a turbulência:
— Eles não têm mais nada para nos ensinar. Vamos seguir a nossa
rota para o desenvolvimento e tomaremos medidas para manter a economia
funcionando.
O ministro, contudo, não fez até o momento nenhum anúncio de medida nova.
Exportações
Mantega disse que o déficit da balança comercial registrado em janeiro, de US$ 518 milhões, é um retrato da redução da demanda internacional, principalmente pelas commodities (matérias-primas).
Ele relatou que, durante a reunião ministerial, comentou que essa queda da demanda em alguns países chegou a 40% — o que, segundo ele, não é o caso do Brasil.
— Não podemos permitir a volta do protecionismo. É melhor que continuemos estimulando o comércio globalizado — afirmou, em entrevista após a reunião.
O ministro reafirmou que o país não tomará medidas protecionistas e acrescentou que a ideia é estimular o comércio na América Latina.
Mantega: "O Brasil está em condições melhores para enfrentar a crise devido às políticas dos últimos anos"
Foto:
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
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