| 02/02/2009 11h02min
Os gastos da indústria brasileira com pagamento mensal de juros subiram 17,3% no último trimestre de 2008 em relação ao período de janeiro a setembro. As despesas financeiras, que eram de R$ 8,1 bilhões em média por mês, aumentaram para R$ 9,5 bilhões. Essas despesas chegam a superar outros gastos, como o de salários, sem considerar os encargos que incidem sobre a folha de pagamentos.
Na média entre outubro e dezembro, período mais agudo da crise mundial, que fez subir o custo dos financiamentos, os desembolsos para pagamento de juros foram 11% superiores aos gastos com salários (R$ 8,5 bilhões). De janeiro a setembro, a média das despesas financeiras correspondia a 95% dos gastos mensais com salários.
Os dados são de um levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso e que deverá ser apresentado hoje em reunião de diretoria da entidade.
— Neste momento de crise, com ameaças
ao emprego, é inadmissível a
indústria gastar mais com juros do que com salários dos trabalhadores — diz José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, que coordenou o trabalho.
O levantamento ressalta que as despesas financeiras da indústria foram impulsionas pelo aumento no chamado spread bancário, a diferença entre a taxa de juros cobrada por bancos e financeiras e a que eles pagam para captar recursos. No último trimestre de 2008, conforme a Fiesp, o setor despendeu R$ 5,5 bilhões em média por mês só para remuneração do spread, ante uma média mensal de R$ 4,4 bilhões entre janeiro e setembro, o que representa um salto de 25%. No custo para captação, a média passou de R$ 3,72 bilhões para R$ 4 bilhões, uma variação de 7,5%.
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