A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que em 40 anos haverá pelo menos um bilhão de pessoas passando fome no mundo. Para atender à demanda mundial, a produção de alimentos terá que dobrar. Mas com a crise global, a tendência é o cenário negativo se agravar.

A população mundial está estimada em aproximadamente 6,5 bilhões de pessoas. A previsão da FAO é de que até 2015 o número de habitantes aumente para nove bilhões. Para alimentar essas pessoas será necessário que a produção de alimentos também cresça em pelo menos 50%. A escassez de crédito e a queda dos preços agrícolas no mercado internacional dificultam a busca de uma solução para o problema.

O representante da FAO no Brasil reforça que o mundo enfrenta também uma crise alimentar e ambiental, além de problemas climáticos, o que deve reduzir mais a oferta de alimentos e aumentar a quantidade de pessoas em situação de insegurança alimentar. Para José Tubino, os governos precisam se mobilizar.

– A necessidade é de criar um fundo para a comunidade internacional de US$ 30 bilhões. Até agora só há US$ 22 bilhões, e não há controle do que se tem em caixa – argumenta.

Conforme Tubino, o principal problema não é escassez de alimentos, mas a falta de dinheiro para comprar comida. Em 2008, aumentou em 40 milhões o número de pessoas com alimentação abaixo das necessidades mínimas. Para ele, o fato de o Brasil ser o maior produtor de alimentos do mundo pode ajudar a população do país.