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 | 27/01/2009 23h55min

Sob forte chuva, marcha do Fórum Social Mundial pede paz e condena capitalismo

Participaram quase 100 mil pessoas reunidas no porto de Belém

Os participantes do Fórum Social Mundial marcharam nesta terça-feira, sob uma forte chuva, pelas ruas de Belém para clamar pela paz no Oriente Médio, condenar a crise do capitalismo e exigir a preservação do meio ambiente.

A manifestação que tradicionalmente abre este fórum começou com uma invocação a deuses indígenas e africanos, na qual participaram as quase 100 mil pessoas reunidas no porto de Belém.

Quando terminavam os ritos e a marcha estava prestes a começar, uma forte chuva caiu sobre a cidade, fazendo com muitos dos manifestantes procurassem refúgio, mas que não diminuiu o entusiasmo dos ativistas, que decidiram iniciar a caminhada.

Em meio à desordem provocada pela chuva, a manifestação acabou liderada pelo PCdoB, o PSOL e o PT.

Mais atrás estavam os movimentos sociais, que protestaram contra a recente ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza e expressaram sua solidariedade com os palestinos.

Ativistas japoneses, franceses, italianos, espanhóis e de vários países latino-americanos exigiram a retirada de Israel de Gaza e cantaram por uma "Palestina livre e soberana".

Pela primeira vez nos oito anos de existência do encontro, poucas vozes se levantaram contra os Estados Unidos, e nenhum cartaz tinha escrito o nome do ex-presidente George W. Bush, declarado "inimigo" pelo movimento desde sua primeira reunião, em 2001.

Muitos dos reunidos no encontro também comemoraram os 50 anos da Revolução Cubana, e exigiram o fim do bloqueio à ilha, mas sem citar o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que foi poupado nas manifestantes de hoje.

Os índios da Amazônia também foram protagonistas da manifestação e receberam a solidariedade do movimento em suas reivindicações contra as indústrias que exploram a região.

Marcharam juntos índios brasileiros, bolivianos, peruanos e equatorianos, que reivindicaram seus direitos sobre as terras amazônicas e exigiram respeito a suas culturas.

Os manifestantes também "enterraram" de forma simbólica o capitalismo e o neoliberalismo, que culparam pela crise financeira mundial, que deixou o mundo à beira da recessão.

A guerra, a crise financeira e o meio ambiente serão os três grandes assuntos do Fórum Social Mundial, que a partir de amanhã iniciará em densos debates, que em seu primeiro dia será dedicado quase integralmente à Amazônia.

O primeiro dia de conferências do fórum foi batizado como "Dia Pan-amazônico", e será centrado na ameaça que o modelo de produção capitalista representa para essa região e para os índios, seus habitantes originais.

Os debates do fórum prosseguirão até o dia 31 de janeiro, e em 1º de fevereiro o encontro vai terminar com um balanço e o anúncio do "calendário de mobilizações globais" para este ano.

Na quinta-feira, os movimentos sociais farão um parêntese para escutar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seus colegas de Bolívia, Evo Morales, Equador, Rafael Correa, Paraguai, Fernando Lugo, e Venezuela, Hugo Chávez, convidados para um debate sobre a América Latina e seus caminhos.

EFE
 
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