O presidente Barack Obama escolheu uma rede de televisão árabe para sua primeira entrevista televisionada formal como presidente, parte de um esforço para reatar as relações com o mundo muçulmano, danificadas pelo governo anterior. A entrevista ao canal de televisão a cabo Al-Arabiya nesta segunda-feira mostrou o compromisso de Obama de reparar relações com o mundo muçulmano que se foram afetadas durante o governo de George W. Bush.

Na atualidade, os Estados Unidos ocupam dois países de maioria muçulmana: Afeganistão e Iraque, e já começou a atacar supostos objetivos de al-Qaeda e da milícia religiosa Taliban no Paquistão, uma nação muçulmana armada com bombas atômicas. Washington também ofereceu forte respaldo a Israel em sua luta contra a organização islâmica Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Obama disse que é sua intenção se ocupar de imediato da situação no Oriente Médio. Seu novo enviado à região, o ex-senador George J. Mitchell, deve chegar ao Egito nesta terça-feira para uma visita que também o levará a Israel, à Cisjordânia, Jordânia, Turquia e Arábia Saudita, mas não à Gaza, cenário da devastadora ofensiva israelense que deixou mais de 1,2 mil palestinos mortos, aproximadamente a metade civis, segundo informaram as autoridades de saúde pública de Gaza.

— Minha tarefa é comunicar ao mundo muçulmano que os norte-americanos não são seus inimigos — disse Obama à Al-Arabiya, de propriedade saudita e com sede em Dubai.

Obama disse que os Estados Unidos cometeram erros no passado, mas "que o mesmo respeito e associação que os Estados Unidos tiveram com o mundo muçulmano até há 20 ou 30 anos (...) podem ser reestabelecidos". Obama afirmou que já pediu a Mitchell "começar a escutar, pois com muita frequência, o que os Estados Unidos fazem é ditar'' ordens.